Os pré-socráticos conhecidos também como filósofos da natureza se preocupavam em estudar a natureza em si e as suas principais transformações, uma vez que a partir de Sócrates o ser é estudado em sua existência concreta.
Nesse sentido os filósofos pré-socráticos estavam buscando compreender a natureza através da (physis) que representa os fenômenos da mesma, não esquecendo de mencionar a (arché) ou seja, a fonte e origem de todas as coisas através de um único elemento.
A fase pré-socrática marcou o momento em que cada vez mais o pensamento mitológico foi se distanciando abrindo espaço para uma lógica racional, para o estudo da natureza e o universo, ou seja, começou-se a criar um conhecimento alternativo sobreposto ao conhecimento mitológico.
Tales de Mileto, Pitágoras, Anaximandro e Anaxímenes foram os primeiros a desenvolver a busca racional por uma origem do universo, cada um deles apontaram elementos diferentes acerca do surgimento do mesmo.
PRINCIPAIS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
Confira um pouco sobre os principais Filósofos Pré-socráticos
Tales de Mileto (624-548 a.C)
Tales de Mileto é considerado o primeiro filósofo da história, o mesmo identificou como fator principal de constituição de todas as coisas a (água) como substância primordial de todos os elementos, em suas andanças, ele percebeu que o Rio Nilo era a condição necessária para sobrevivência dos indivíduos, concluindo que a água é origem de tudo.
Anaximandro de Mileto (610-547 a.C)
Anaximandro foi discípulo de Tales e continuou o trabalho de observação do mesmo, mas diferentemente do seu mestre, Anaximandro concebeu uma forma de origem diferente da água, para ele a origem elementar é dada por um elemento infinito e indefinível, e a palavra que ele utilizou para identificar esse elemento é o “Apeíron”.
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C)
Anaxímenes foi discípulo de Anaximandro e concordou em certa medida com o seu mestre, tanto que alegou que o elemento infinito que formou todas as coisas e está presente em tudo, mas diferentemente de Anaximandro, o filósofo definiu que o elemento principal era o “ar”, em suas observações assim como outros pensadores, observou que o ar é um elemento que transpassava todos os seres.
Pitágoras de Samos (570-497 a.C)
Visto como um grande matemático é conhecido pelo seu “teorema de Pitágoras”, ele compreendeu que a formação de tudo se daria por “números”, pois observando todas as coisas ele desvelou que existia grandezas, proporções que compunham todo universo e a relação natural.
Assim, ele compreendeu que as relações matemáticas é a possível origem de tudo.
Heráclito de Éfeso (540-476 a.C)
Heráclito contribui com idéias de suma importância a qual concebeu que nada é permanente, exceto a mudança (devir) nada é, o mundo está se transformando o tempo todo, para ele não é possível se banhar duas vezes no mesmo rio, pois a água do rio se modifica e o ser está sempre em processo de transformação constante.
Para o filósofo, o que faz o mundo se transformar é a relação dialética de tensão entre os opostos, visto como um dos grandes pais da dialética.
Nesse sentido, para ele o fogo é o elemento constituinte de todas as coisas através de um fluxo continuo e constante movimento.
Parmênides de Eleia (530 a.C-460 a.C)
Parmênides conhecido também como um grande pré-socrático tenta refutar as ideias de Heráclito, em sua obra “Sobre a natureza”, nesse sentido, ele concebe a ideia que existem duas oposições no mundo: A opinião que ele chama de “ Doxa” não necessariamente representa o que é certo ou errado, pois é uma opinião.
Mas também existe a verdade a qual ele chama de “alétheia” visto por ele como uma verdade concreta, e segundo o filósofo, a ideia de Heráclito que tudo está mudando, é uma “doxa”, ou seja, uma opinião, segundo ele nada muda, tudo é uno, tanto é considerado imobilista (o universo é continuo e sempre igual).
Zenão de Eléia (490-460 a.C)
Zenão de Eléia foi discípulo de Parmênides, nesse caminho, possuiu grande influência da figura do seu mestre, concebendo teorias acerca da dialética e do “Paradoxo”.
Empédocles (495-430 a.C)
No final do período socrático houve o surgimento dos filósofos pluralistas, pois entendiam que a origem de todo universo não era apenas um elemento constituinte, mas vários, temos como exemplo Empédocles que cita que a origem de tudo se da a partir de quatro elementos:
- Terra, fogo, água e ar.
Nesse sentido, ele fez uma junção dos elementos observados pelos filósofos anteriores.
Demócrito (460 -370 a.C) e Leucipo (Século V.a. C)
Ambos fundaram a teoria atomista, segundo eles a origem de tudo estaria nos átomos, os átomos teriam elementos invisíveis e indivisíveis.
Por terem formulado a concepção atomista também são considerados historicamente os pais da química.
ESCOLAS PRÉ SOCRÁTICAS
O contexto pré-socrático é visto como um período de grande surgimento de várias escolas importantes, conhecidas também como correntes filosóficas:
- Escola Jônica: A escola Jônica teve como principais representantes Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto de Éfeso, visto como a primeira escola fundada na fase pré-socrática, a mesma foi fundada na antiga colônia grega Jônia – Ásia menor, conhecida hoje em dia como atual Turquia.
- Escola pitagorica (Escola itálica): A escola teve como principal figura o filósofo Pitágoras de Samos, visto como principal fundador no sul da Itália.
- Escola Eleática: Xenofanes de Colofão, Parmênides de Eleia e Zenão de Eléia são os principais representantes da correte, fundada na Itália.
- Escola Atomista (atomismo): Constituída na chamada região da Trácia, tendo como principais representantes: Demócrito de Abdera e Leucipo de Abdera.
PERÍODO FINAL DA FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA
O pensamento pré-socrático começou a decair a partir do momento em que novos pensadores começaram a mudar o foco da natureza para outros elementos importantes, isso se deu principalmente com as grandes transformações das cidades gregas e principalmente a entrada da vida pública e consequentemente as mudanças de hábitos de grande parte da população.
Nesse período, é marcada a entrada de Sócrates (470-399 a.C), visto como principal filósofo da sua época, marcando o inicio do período antropológico do campo filosófico, colocando as principais questões acerca do homem em foco.
Sócrates é um dos fundadores da constituição do pensamento ocidental, a qual a sua principal filosofia estava embasada no conhecimento de si mesmo em busca do conhecimento do mundo, nesse sentido, ele citou: “Conhece-te a ti mesmo”, ou seja, o autoconhecimento era a centralidade de sua filosofia.
Nesse sentido, ele constitui o “dialogo” através da “ Maiêutica” visto como uns dos principais métodos do seu pensamento a qual ele utilizava para buscar a luz do conhecimento verdadeiro e trazer a tona a luz da verdade, que para ele, estava presente na essência do próprio ser.