Jonh Locke
Jonh Locke (1832-1704) é visto como um dos mais importantes filósofos da história, o mesmo foi um pensador inglês, sendo considerado um dos pais do liberalismo e do iluminismo, nessa fase o filósofo participou ativamente da Revolução Gloriosa de 1688 a qual se instalou a monarquia parlamentarista no país com o holandês Guilherme de Orange (rei da Inglaterra).
Locke deixou diversas obras acerca da economia, governo, religião e educação, deixando variedades de pensamentos para a história, lembrando que o filósofo também foi um grande defensor do pensamento empírico.
Seus principais pensamentos foram de grande influência para diversos pensadores importantes como David Hume (1711-1776) e George Berkeley (1685-1753).
Vamos conhecer um pouco mais de sua vida e principais pensamentos?
BREVE BIOGRAFIA
Jonh Locke ou mais conhecido como Locke nasceu na cidade de Wrington- Inglaterra no ano de 1632. O filósofo nasceu em uma família com poucas poses, seu pai era dono de pequenas terras da região, o mesmo na juventude ficou conhecido principalmente por ter servido como capitão na cavalaria, mesmo com poucas poses, após o falecimento do seu pai, Jonh Locke herdou boa parte do seu patrimônio, patrimônio esse que o sustentou por um bom tempo.
Jonh Locke durante a adolescência sempre se aprofundou em diversos assuntos, e foi na universidade Oxford que pode conhecer alguns campos de grande interesse, logo após a sua formação em filosofia, começou a dar aulas, além de ensinar filosofia, também ensinou a língua grega e até mesmo retórica, foi na universidade que conheceu Robert Boyle (1627-1691) considerado um grande cientista da época e nesse contexto começou a se aprofundar acerca da filosofia natural a qual prevalecia à experiência como fonte de conhecimento.
Nesse período também sofreu grande influência das obras de Francis Bacon (1561-1626) e René Descartes (1596-1650).
No ano de 1674 também concluiu o curso de medicina, curso esse que fez sob grande influência do seu amigo e médico Thomas Sydenham (1624-1689).
Já com 35 anos de idade, Jonh Locke começou a trabalhar com Lord Ashley (1801-1885) que posteriormente tornou o primeiro conde de Shaftesbury e nesse cenário Locke pode conhecer diversas figuras dentro da política e alguns intelectuais importantes da época.
Nessa proximidade com o Conde e outros políticos, Jonh Locke se viu obrigada a exilar-se em outro país devido à acusação de conspiração com outros governos. Locke ficou Exilado por cerca de 5 anos, e apenas em 1689 retorna a Inglaterra, após a revolução gloriosa.
É nesse período de volta que o filósofo começou a publicar suas principais obras e a lecionar novamente.
Já em 1695 parou de lecionar e assumiu o cargo no Parlamento a qual foi nomeado, no ano de 1700 resolveu sair, ou seja, ficou apenas 5 anos no cargo, período esse em que se envolveu bastante com questões políticas.
Jonh Locke veio a falecer em 1704 no dia 28 de outubro na cidade de Harlow- Inglaterra com apenas 72 anos de idade, não se sabe muito bem por qual motivo.
OBRAS
- Cartas sobre a tolerância (1689)
- Dois tratados sobre o governo (1689)
- Ensino acerca do entendimento humano (1690)
- Pensamentos sobre a educação (1693)
PRINCIPAIS PENSAMENTOS
Filosofia Política:
Jonh Locke acreditava em um estado de natureza, estado esse antagônico a formação de um estado propriamente governamental, nesse sentido, o filosofo compreendia que o ser poderia se constituir enquanto cidadão no seu próprio estado de natureza de forma pacifica sem a presença de leis, diferentemente de Hobbes (1588-1679), que também foi um grande iluminista, e acreditava que o ser em seu estado natural é naturalmente agressivo e necessariamente precisa de leis para orientá-lo, sem elas, o ser humano viveria em um estado de guerra constante.
Em linhas gerais, Jonh Locke opunha-se a monarquia absolutista e defendia um sistema parlamentarista, e nesse sentido, acreditava que o ser poderia viver de forma pacifica.
Além disso, o filósofo concebia a ideia que o ser humano já nasce com direitos naturais (Jus naturale) inalienáveis, sendo eles o direito a vida, a liberdade e a propriedade.
Para Jonh Locke, no estado de natureza é necessário escolher governantes, é nesse caminho que ele constrói um dos seus principais pensamentos, “O contrato Social”, o contrato social é uma escolha daqueles que estão no estado de natureza e escolhem os seus representantes, e dentro do contrato social Locke defende um sistema de democracia liberal representativa no sentido em que o individuo irá escolher o governante com o objetivo de garantir os direitos naturais.
Religião
Jonh Locke como democrata e defensor de uma liberdade em todos os sentidos era um grande defensor da tolerância religiosa, ou seja, ele era totalmente contra a intolerância constituída por alguns grupos doutrinários, alegando que ninguém absolutamente ninguém, nem juízes, nem governantes, nem a população podem definir uma única e verdadeira religião através do uso da força e muito das vezes o uso da violência.
O processo de lutar por uma tolerância religiosa de acordo com os povos nativos da sua época se diferenciava muito com os nativos da America, pois esses povos para Jonh Locke não são civilizados, ou seja, são primitivos, possuem atitudes selvagens, e a igreja age como uma serpente venenosa para conseguir atingir os seus objetivos.
Trabalho
Um dos pontos mais polêmicos do pensamento de Jonh Locke é o que mesmo defendia o trabalho infantil em um contexto a qual as famílias não tivessem condições de se sustentar, realidade essa do século XVIII com a grande onda da Revolução Industrial momento esse que era permitido o trabalho infantil, ou seja, não havia nenhuma lei que protegesse essas crianças.
Nesse sentido, Jonh Locke defende a ideia que essas crianças trabalhassem para sustentar as famílias, lembrando que o mesmo não viveu a revolução industrial, mas foi uma realidade usada em tal momento como influência do pensamento deixado por ele.
Outra polemica, é que Jonhy Locke não era 100% contra o trabalho escravo, pois em um processo de guerra entre duas nações o que for derrotado pode fazer uma espécie de “contrato de servidão” com o vencedor, ao invés de ser assassinado, ele aceita servir, ou seja, virar uma espécie de escravo, lembrando que Jonhy Locke não defendia a escravidão com fins econômicos, e sim em um estado de guerra.
Epistemologia
O filósofo foi um grande defensor do empirismo, ou seja, a melhor forma de conhecer e buscar o conhecimento é através da experiência e com ela a indução, ou seja, realizar experimentos para chegar ao conhecimento real.
Nessa ideia, ele foi opositor aos racionalistas, que acreditavam que a razão é a melhor forma para se chegar ao conhecimento seguro através do método dedutivo, assim, Jonh se opunha a concepção que já nascemos com ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham origem no que era percebido pelos sentidos.
Nesse caminho, Jonh utilizou a metáfora “Tabula rasa”, afirmando que o ser humano nasce como uma folha em branco, e é moldado pelas suas experiências ao longo da vida através das sensações e a própria experiência.
Nesse sentido ele defende duas ideias a partir da experiência:
- Externa (através dos sentidos): São ideias de sensação, cores, extensões, movimentos, figuras, sons
- Interna (associação das ideias): Ideias de reflexão em junção com a percepção, do querer, do prazer.
Educação
No ano de 1633, Locke publicou o livro “Alguns pensamentos sobre educação”, a qual defendia que a experiência tem mais influência sobre o desenvolvimento do individuo em vista das habilidades com as quais nascemos.
Em sua obra, Locke destacou o sistema educacional, a educação que acontece na instituição escolar para Locke é tão importante quanto aquela que acontece no lar, nesse sentido, Jonh Locke era um grande encorajador dos pais a educar o caráter dos filhos, assim, ele propôs o método chamado “Enrijecimento”.
Esse método tem como objetivo fortalecer a capacidade emocional e física das crianças com princípios “básicos” como colocar as mesmas para dormirem em camas duras, expor a certa dose de frio e umidade, fatores esses que na visão do filósofo, preparam as crianças as inevitáveis dificuldades que podem aparecer durante a vida.
Segundo o filósofo, o choro das crianças deve ser desencorajado, mesmo que os pais precisem usar castigos corporais para isso, mas também, é importante manter as crianças fisicamente saudáveis tendo acesso a boa alimentação, ar fresco, horas suficientes de sono e exercícios físicos, pois a boa saúde é essencial para o desenvolvimento da aprendizagem.
Em relação à própria sala de aula, Locke defende punições físicas leves, sendo contra as punições severas, nesse fator, a aprendizagem deve ser mais agradável possível, e os estudantes por vontade própria sempre procurarem pesquisar e aprender além dos muros da escola.
Locke, ainda defende que assuntos complexos, precisam ser ensinados passo a passo, para evitar o sobrecarregamento dos estudantes, e nesse fator, é necessário que o professor reconheça e elogia o desempenho dos alunos.