Thomas Hobbes

Thomas Hobbes foi um grande matemático, teórico político e filósofo inglês, nascido em 1588 alguns estudiosos o consideram o pai do “Empirismo Britânico” o mesmo teve grande influência de Galileu, Descartes, Francis Bacon e Euclides.

O pensador escreveu obras de suma importância acerca da psicologia, política, matemática, física, e foi com a obra “Leviatã” de 1651 que representou o maior marco de toda a sua filosofia, obra essa que lhe proporcionou reconhecimento, seguidores e também muitas perseguições acerca da igreja católica.

Vamos conhecer um pouco mais de sua vida e pensamento?

Breve Biografia

Thomas Hobbes mais conhecido como Hobbes nasceu no ano de 1588 na cidade de Westport-Inglaterra, não se sabe muito bem da sua constituição familiar, alguns relatos apontam que o seu pai foi um vigário, mas não chegou a cuidar do filho o mesmo ficou aos cuidados do seu tio.

O tio o proporcionou um campo extenso de estudo principalmente voltado para obras clássicas, já com 14 anos de idade sofreu grande influência do pensamento de Euclides e sua obra “Medeia” a qual traduziu para escrita latina. Já na adolescência por volta dos 16 anos de idade ingressou na universidade de Oxford instituição essa que estudou lógica e filosofia voltada principalmente para o pensamento de Aristóteles.

Nos anos de 1608 a 1610 assumiu um papel importante dentro da sociedade, Thomas tornou-se tutor de Lor Hardwich que futuramente assumiu o cargo de conde na cidade de Devonshire, foi como tutor que Hobbes pode adquirir diversas experiências acerca de suas viagens para Itália e frança, tanto que fixou cidadania na mesma.

No período como tutor aprofundou nas obras de Galileu, Euclides e Kepler e foi em uma de suas viagens para Itália que conheceu Galileu e com ele trocou diversas ideias sobre o mundo e o ser, nesse sentido Galileu possibilitou grande parte da construção do pensamento de Hobbes fato esse que levou o filósofo a se preocupar e indagar sobre os problemas políticos e sociais da época, posteriormente surgindo o seu grande interesse por formas e geometria.

No ano de 1637, Thomas volta para a sua cidade natal e nessa fase começou a debater sobre a situação política atual e todas suas vertentes, lembrando que nessa fase a guerra civil já se instalava no país.

No ano de 1640 depois de ter retornado a sua cidade, Thomas decide voltar para a frança, esse fato ocorreu, pois o mesmo defendia o poder real, mas naquele momento as grandes autoridades do rei foram presos na torre acusados de conspiração.

Já em Paris, Hobbes pode de forma intensa conceber mais de suas principais ideias, alguns pensamentos acerca do método indutivo de Descartes foram rejeitados pelo filósofo e começou a ensinar matemática a Carlos que futuramente se tornaria Carlos II pelo fato do seu pai ser o rei da Inglaterra (Carlos I).

No ano de 1651 Hobbes escreve sua maior obra “Leviatã” a qual ficou conhecida por ter provocado murmurinhos dentro da igreja católica e principalmente no Governo Francês da época, por esse fato, Thomas foi “ convidado” a se retirar do país.

Com esse cenário, Thomas volta para Londres e nos seus últimos anos de vida redigiu a sua autobiografia, além disso, dispôs seu tempo a traduzir obras como “ilíada” e “ Odisseia”.

Thomas Hobbes viveu uma vida longa e produtiva até os 91 anos de idade quando veio a falecer em 1679 deixando um grande legado de pensamentos.

PRINCIPAIS IDEIAS

Thomas Hobbes foi um importante pensador da sua época e reuniu diversos fatores importantes na sua filosofia, vamos conhecer um pouco mais dos seus principais pensamentos?

LEVIATÃ

Podemos dizer que todo pensamento de Hobbes esteve centralizado na política, Hobbes sempre acreditou que a melhor forma de governo estaria contida na Monarquia absolutista, na visão do filósofo os seres humanos enquanto parte de uma sociedade são naturalmente agressivos, egoístas e principalmente gananciosos.

Diante desses adjetivos não tão carinhosos a respeito do ser e sua natureza, Hobbes pontuou que a democracia seria um regime perigoso para a humanidade, pois a mesma abre um leque muito grande para que as tendências naturais negativas do ser sejam colocadas em ação.

Em linhas gerais, é necessário que as pessoas e as instituições religiosas sejam lideradas por um monarca gerando assim leis e uma ordem, para Thomas sem essa visão política a vida humana seria solitária, sórdida, brutal e curta.

Tanto que foi a partir dessa visão que Hobbes consagrou a sua famosa frase:

“O homem é o lobo do Homem”

Ou seja, o homem é o maior inimigo do próprio homem.

E diante dos temores normais da vida, como a morte, fez com que o homem buscasse uma ordem social, ou seja, a civilização se constitui como uma forma de auto defesa, uma forma de desencorajar o ser a cometer crimes uns contra os outros, sem essa interferência o ser humano buscaria de forma egoísta e incansável o poder sobre outros seres como forma de garantir a satisfação das próprias necessidades, por esse fato o Monarca é a figura definitiva sob tudo o que diz respeito a lei, a moral e a religião.

O “Leviatã” obra mais famosa de Thomas Hobbes publicado em 1651 é visto como um tratado político, uma tentativa de explicar e justificar o governo de um monarca absoluta. Em sua Obra Thomas Hobbes aborda a Descrição psicológica do ser humano, uma vez que o filósofo acredita que para governar de forma efetiva um monarca necessariamente precisaria entender toda natureza humana.

A obra não foi muito bem recebida por alguns e até mesmo foi considerada escritos de um verdadeiro ateu, tanto que no ano de 1666 foi enviada uma espécie de carta aberta ao parlamento para que Hobbes fosse queimado como Herege, mas esse fato não aconteceu pela interferência de um Rei da época conhecido como Carlos II que o defendeu.

CONTRATUALISMO

Thomas Hobbes juntamente com Jonh Locke (1632-1704) e Jean-Jacques (1712-1778) Rousseau fez parte dos chamados contratualistas momento esse importante da filosofia política, Hobbes refletiu sobre o que era o estado e principalmente a necessidade de criação do mesmo e o motivo a qual levou o homem a sentir essa busca de viver em uma nação inserida a essa realidade de formação de um estado.

É nesse contexto que se foi pensado um “Estado de Natureza” o momento em que o homem previamente não está inserido em uma tutela de governo ou um jurídico trazendo a reflexão de como o ser vivenciava a sociedade sem ter um aparato legal das coisas.

A primeira noção de estado veio do filósofo Hobbes a qual ele entendeu que o homem em seu estado de natureza é egoísta e consequentemente mau e assim o estado de natureza é um estado de guerra, de conflitos e embates não sendo uma ambiente favorável para se viver.

Assim, o homem se organiza para acabar com esse ciclo e acaba largando mão da sua própria liberdade para obter a sua própria segurança, nesse conceito, o estado nasce diante de um problema do estado de natureza fazendo nascer um contrato social entre os membros da sociedade e através disso passa a reconhecer a autoridade soberana.

Mecanicismo

Thomas Hobbes como mesmo foi mencionado teve uma grande influência de Euclides em sua obra “Os elementos” a partir da leitura o filósofo concebeu a ideia de que os seres humanos poderiam ser estudados utilizando-se técnicas da geometria.

Nesse fator, Thomas analisou que esse estudou deveria começar a partir de pequenos conjuntos de preposições e a partir disso obter conclusões igualmente corretas, mas surgiu um questionamento no caminho, com quais preposições o mesmo deveria começar?

Essa resposta Hobbes procurou com seu amigo Galileu em 1665 e a partir dessa visita o amigo o convenceu que o universo é constituído apenas por matérias e movimento as quais poderiam ser compreendidas a partir de princípios mecanicistas.

Em linhas gerais, o universo para Galileu é um grande mecanismo sujeito a leis que poderia ser estudado, nesse fator, Thomas relacionou esse estudo com o homem, ou seja, por qual motivo o ser não pode ser estudado como um mecanismo constituído somente por matéria e movimento?

O ser humano faz parte de uma natureza e por esse motivo os seus diversos comportamentos podem ser explicados pela matéria e movimento, e assim, Hobbes começou os seus estudos com a preposição que os seres humanos são necessariamente máquinas funcionando em um contexto de uma máquina maior, ou seja:

  •  O universo é a vida, a movimentação faz parte dos membros (braço, pernas, cabeça) o coração é uma espécie de uma bomba, os nervos são cordas e por fim as articulações são engrenagens que movimenta o corpo inteiro.

O fato curioso é que mesmo sendo considerado empirista Thomas Hobbes não acredita no método indutivo trazido pelo seu também amigo Francis Bacon, o mesmo considerava o método dedutivo de Galileu e Descartes mais seguro.

Empirismo

Como mesmo mencionado anteriormente Thomas Hobbes rejeita o método indutivo de Francis Bacon e se identifica com o método proposto por Galileu, ou seja, o método dedutivo.

Em linhas gerais, Hobbes acreditava na importância da experiência sensorial, ou seja, a origem de todo pensamento está nos sentidos, para o filósofo toda atividade mental tem como ponto de partida a experiência sensorial.

Portanto, Hobbes aceita o método dedutivo proposto de Descartes, mas rejeita sua concepção de ideias inatas, ou seja, a ideia que o ser já nasce com algum tipo de conhecimento em mente, negando também a existência de uma mente imaterial, para ele tudo que existe é matéria e movimento.

Os eventos mentais, segundo Thomas, podem ser explicados pelas experiências sensoriais, quando os órgãos dos sentidos são estimulados pelos objetos externos a mesma gera movimentos internos que seriam as atividades mentais, assim a mente e o corpo são uma coisa só.

 PRINCIPAIS CITAÇÕES

“O medo dos poderes invisíveis, inventados ou imaginados a partir de relatos, chama-se religião.”

“Aqueles que concordam com uma opinião chamam-lhe opinião; mas os que discordam chamam-lhe heresia.”

“Um homem não pode abandonar o direito de resistir àqueles que o atacam com força para lhe retirar a vida.”

“Estou para realizar a minha última viagem, um grande salto no escuro.”

“O homem é lobo do homem, em guerra de todos contra todos.”

“A curiosidade e a produção do conhecimento no homem muitas vezes supera qualquer prazer carnal, distinguindo-o dessa forma de qualquer animal.”