Epicurismo
O epicurismo foi uma escola e doutrina filosófica fundada por Epicuro de Samos (341 a.C e 271 a.C) um importante filósofo grego de sua época.
Os ensinamentos de Epicuro vigoraram durante todo período do Helenismo, momento esse em que a filosofia buscava no prazer simples a tranquilidade da alma o reconhecendo como único bem da vida.
Epicuro era descrito com a famosa frase: “Profeta do Prazer e da Amizade”, a sua filosofia foi tão importante que foi propagada por um dos seus principais discípulos como Lucrécio (98-55 a.C) considerado na época um grande poeta latino.
Contexto Histórico
Epicuro esteve presente nas primeiras nuances da democracia da Grécia antiga ocidental, mas não a democracia que conhecemos nos dias atuais, ou seja, a mesma não se estendia a todos e sim a um modelo restrito, somente homens de maiores de 21 anos, filhos de pais e mães atenienses e que possuíam alguma posse podiam participar da forma de governo da época.
A forma política acabou ocasionando uma situação de insatisfação popular, pois a grande parcela da sociedade ficava excluída da política e assim não havia representatividade e muito menos os direitos garantidos.
Esse contexto levou a infelicidade do povo e assim, o filósofo Epicuro vendo toda aquela insatisfação começou a criticar o modelo de sistema político que estava levando grande parcela da população à miséria criando uma nova doutrina ética.
Doutrina ética
Essa nova doutrina ética continha ensinamentos práticos para a vida e tinha como objetivo de levar às pessoas a felicidade plena.
O filósofo desenvolveu um esquema de três doutrinas diferentes: As duas doutrinas ficaram conhecidas como canônica (a busca pelo conhecimento) e física (convívio com a natureza).
O objetivo das duas doutrinas mencionadas era levar a principal “a doutrina ética”, a mesma teve como objetivo de levar ao ser humano uma vida boa e plena, vida essa que valesse a pena de ser vivida.
Porem, para a busca dessa vida plena ética é preciso primeiramente estabelecer o autocontrole, ou seja, controlar os seus medos, controlar as paixões, controlar os desejos e por fim controlar os vícios.
A partir desse autocontrole é dado o primeiro passo em rumo à felicidade e a vida plena, o segundo passo é o livramento de coisas desnecessárias que não contribuem com nada, como a riqueza, honrarias, luxuria prazeres desnecessários dentre outros fatores.
Todo esse conjunto levaria a ataraxia (paz de espírito) que o ser humano só pode conhecer através desses conjuntos de hábitos.
Os 4 (quatro) remédios para alma
Epicuro ainda sinalizava os 4 remédios para desintoxicar a alma e finalmente encontrar a felicidade e tranquilidade plena. Vamos conhecer cada uma delas?
- Em primeiro lugar não temer aos deuses, ou seja, não temer a força dos fenômenos da natureza e as forças divinas, pois as mesmas são inevitáveis
- No segundo momento não temer a morte, pois a morte é algo inevitável, isso faz parte do controle dos medos, o ser humano que teme e tem medo de algo que é externo a ele, acaba levando uma vida infeliz, pois vive em função daquilo.
- O terceiro remédio para alma é entender que o bem não é difícil de ser alcançado, é possível buscar uma vida praticada pelo bem.
- E por fim, o ultimo remédio é o entendimento que os males não são difíceis de suportar, na maioria dos casos as pessoas sofrem pensando nas dificuldades do que vivenciando a própria dificuldade, é preciso esquecer momentaneamente esses problemas, abstrair e chegar a um estado de ataraxia, estado esse de felicidade geral da sociedade grega.
A busca pelo Prazer
Na filosofia epicurista o prazer só é apenas recusado quando somente concebe conseqüências dolorosas, nenhum sofrimento pode ser aceito em vista do prazer.
O prazer do epicurismo não é um prazer imediato é um prazer muito mais ligado a reflexão, as escolhas e principalmente a prudência.
As bases filosóficas do epicurismo têm como grande função de dominar os prazeres e se aproveitar deles de uma maneira sábia e prudente. Epicuro, como mesmo mencionado, foi criador do epicurismo, o filósofo defendeu certos prazeres estéticos e intelectuais deixando de lado os prazeres considerados vulgares.
O sossego, a tranquilidade e a não perturbação do espírito é o grande segredo da felicidade segundo o epicurismo.
Epicuro acreditava que o maior bem era a busca de prazeres moderados e só é possível a partir de dois elementos: tranquilidade e a ausência do sofrimento corporal
O hinduísmo de Epicuro é o hinduísmo de uma vida tranqüila, a ausência de medo e dor.
Hedonismo e estoicismo
O conceito pela busca do prazer e com ela a tranquilidade da alma de Epicuro estava diretamente ligada as raízes do Hedonismo, ou seja, foi a partir desse pensamento filosófico que deu-se a origem do prazer como a busca da felicidade humana.
A política do pensamento epicurista estava diretamente ligada a uma base utilitarista, diferentemente do estoicismo a mesma não procurava na virtude os fins, mas orientava que o homem deveria praticar o bem e a partir disso alcançar o conhecimento e consequentemente a felicidade.
A corrente estóica afirmava que o universo e todas as coisas era governado por um ser divino e com ele a existência de uma razão universal e a partir disso tudo advêm desse principio de criação, porem, o estoicismo se apegava as leis da natureza e dizia que o homem só é livre e feliz quando se liberta das paixões e as coisas materiais.
A filosofia epicurista pregava que a ordem e a segurança só funcionariam a partir do momento em que se estabelecessem regras entre as sociedades, regras essas vistas como necessárias para obter as transformações de um determinado povo e espaço, assim, os homens só seguem essas leis pela vantagem pelo qual o estado proporciona, portanto, o estado surgiu através de interesses particulares.
Em linhas gerais, Epicuro não se interessa pelo contexto político e via no estado um campo de conveniências e aconselhava que os indivíduos não adentrassem a vida publica, apenas “cultivar seu jardim” estar rodeados de poucos amigos com os mesmos propósitos e temperamento, estudar filosofia e buscar tranquilidade na alma, princípios esses para se viver bem.
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