Hedonismo

O hedonismo é uma doutrina filosófica moral que afirma que o prazer é o principal objetivo na vida de um ser humano. A palavra vem de origem grega, “hedonê” que significa prazer, vontade, o contexto surgiu através de uma sociedade grega que era composta por dois grupos diferentes os escravos e a elite, e como a elite tinha muito tempo livre, houve o surgimento de muitos pensadores e com eles as teorias conceituais, como hedonê.

Para o Hedonismo o prazer pode vir de diversas formas independente de como a compreendemos, e senti-la é um importante fator para o bem supremo da vida humana.

Muitos filósofos escreveram sobre o hedonismo e com ela veio uma filosofia de vida que trás que o maior sentido da existência tem ligação com aquilo que produz prazer, a vida e as escolhas devem estar embasadas tomando como critério maior os seguintes questionamentos: Isso me dá ou não prazer? É confortável? É feliz?

A primeira escola de Hedonismo trazia duas concepções diferentes da termologia: A primeira baseava em parâmetros de ações humanas, e a segunda considerava como único e verdadeiro valor, o valor supremo, divino.  Diante desse contexto, percebe-se que a palavra reflete imprecisões, permitindo assim várias conotações e significados distintos.

Vamos conhecer um pouco mais sobre essa doutrina?

Tipos de Hedonismo

O hedonismo teve duas linhas de pensamentos segundo os seus dois representantes da época, Aristipo de Cirene (435 a.C – 356 a.C), conhecido com o pai do hedonismo e Epicuro de Samos (341 a.C-270 a.C).

Aristipo pensava o hedonismo como dualidade na alma humana, para ele, existe um movimento mais suave na alma a qual ele chama de prazer, outro ponto, é o movimento áspero, a qual chama de dor, ou seja, Aristipo conclui que independente do estado da alma do ser humano, o prazer surge para diminuir a dor e o sofrimento da alma doente, sendo o único caminho possível para a felicidade, o mesmo afirma que o bem físico do corpo e a felicidade estão diretamente ligados ao prazer como sentido da vida, a mesma ideia é defendida por outros hedonistas considerados clássicos como Hegesias de Cirene e Teodoro de Cilene.

A teoria de Aristipo logo foi confrontada e mudada pelo então Epicuro de Samos, o mesmo defendia a idéia que a verdadeira busca do prazer não está diretamente relacionada com a satisfação plena do corpo, e sim na libertação real da dor, ou seja, do sofrimento, para Epicuro para se chegar a uma vida sem agitações e sofrimento é preciso ter o equilíbrio como resposta, e através disso a serenidade, deixando de lado a busca desenfreada pelo prazer nas coisas materiais e principalmente prazeres corporais, que pare ele são prazeres passageiros.

Concluindo, o prazer para ambos é diferente, enquanto Aristipo afirma que o prazer é um bem em si, podendo ser usado de forma intensa, Epicuro mostra que o equilíbrio e a serenidade são caminhos para extinção do sofrimento, e a moderação do prazer é o melhor caminho para se chegar à felicidade plena.

Já o Hedonismo dentro da Psicologia trazida pelos utilitaristas Jeremy Bentham e Stuart Mill, buscam explicar que as ações humanas deveriam ser orientadas por princípios, esse princípios seriam a utilidade e aplicabilidade, e a partir disso, criar formas que no final resultem em uma felicidade plena e duradoura, ambos pensam o prazer dentro do que é concebido pelo hedonismo, mas trás a ideologia para o campo psicológico para mostrar que todo ser humano tende buscar o prazer, mas evitando as dores e sofrimentos pelo caminho.

Além do pensamento voltado para o hedonismo psicológico, os utilitaristas buscaram a concepção também na ética, ou seja, ações humanas, incluindo o campo político e seus governantes, ambas as situações devem ser baseadas no principio da utilidade, ou seja, proporcionar prazeres através da felicidade, felicidade essa feita para a sociedade em geral, mas a partir dessa concepção, houve uma discussão que não foi resolvida, a definição de felicidade e prazer dentro do campo ético.

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Hedonismo no Cristianismo

O cristianismo prega que Deus é a verdadeira satisfação para chegar-se a santidade, o pleno e a luz. O hedonismo é visto até como um vilão, pois a busca dos prazeres na maioria dos casos não está ligada com a busca de Deus em sua plenitude e vai de encontro com os valores e dogmas estabelecidos pela igreja, sendo um modo de vida condenatório ao inferno.

A partir disso há um critica grande da doutrina católica diante da busca do prazer desenfreada, para o cristianismo todo prazer é passageiro, e Deus em sua divindade permanece, sendo o único que transborda a verdadeira plenitude, é preciso ter um equilíbrio, buscar o prazer de acordo com o olhar da santidade.

Além da igreja católica o Hedonismo é duramente criticado em diversos grupos religiosos, mas segundo alguns seguidores dessas mesmas doutrinas defendem que o Hedonismo não precisa vir sempre carregado de valores morais negativos, e sim saber dosar a forma de como esses prazeres estão sendo buscados.

Sociedade Hedonismo

Como mesmo mencionado, o hedonismo coloca o prazer como fator fundamental na vida humana, a mesma é uma idéia bem contemporânea, mas teve seu surgimento na Grécia antiga por volta de 450 a.C, ao longo do tempo a denominação vem se tornando um conceito muito presente na sociedade, sendo fortalecida por fatores ao longo da historia como: A revolução Industrial, as duas grandes guerras, e principalmente o processo de globalização, processo esse que transformou uma sociedade mais “moderna” e consequentemente imediatista criando relações sociais superficiais.

Apesar das facilidades de comunicação colocados no mundo de hoje, o imediatismo das coisas consequentemente afetou o prazer, ou seja, o prazer tornou-se muito imediato, rápido, e a partir disso gerou conseqüenciais sociais graves, como o vicio, má alimentação, violência, corrupção, endividamento, dentre outros.

Em alguns estudos apontam que o dinheiro é mais gasto com procedimentos estéticos em contrapartida com o mau investimento de tecnologias em curas de doenças raras.

Nesse cenário, a felicidade é colocada como fator ideal nas coisas físicas e materiais, levando os indivíduos ao estado de pobreza espiritual, cada vez mais presente no meio em que vivemos.

O hedonismo nos tempos modernos está diretamente ligado a uma cultura de excessos, de ter, ter e não se contentar com aquilo que se tem, é sempre buscar mais.

Diferentemente da sociedade grega, que usava os tempos livres para gozar de um prazer de tranquilidade para filosofar, conhecer, dialogar, vida essa pouca ativa, mas cheia de conhecimento, para eles, uma vida de prazeres estava baseada em um estado de paz e tranquilidade, um estado hedonista deveria estar acima dos prazeres e não acorrentados a eles.

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Exemplos de Hedonismo em frases

“A felicidade é parecida com liberdade, porque toda gente fala nela e ninguém a goza.” (Camilo Castelo Branco)

“Todo aquele que conseguir a alegria deve partilhá-la.” (George Lord Byron)

“O desejo é uma árvore com folhas; a esperança, uma árvore com flores; o prazer, árvore com frutos.” (Guilherme Massien)

“Se os homens estivessem satisfeitos consigo mesmos, estariam menos insatisfeitos com as suas mulheres.” (Voltaire).

Para refletir…

Em uma ala terminal do hospital uma enfermeira perguntou aos seus pacientes: “Se você pudesse viver de novo, o que você faria de diferente? A grande maioria pensou e respondeu: “Arriscaria mais sem pensar em julgamentos. “

E a partir disso, o Hedonismo trás a mensagem de investir no que te dar prazer, independente do tempo, do dinheiro, da classe social, invista seu tempo em algo que te faça feliz e inteiro, que traga a plena harmonia para a vida, o pleno prazer em viver, não fique apenas sobrevivendo no ciclo trabalho, alimentação, ficando e dormindo, um ciclo vicioso que não tem fim, e assim, a vida é jogada fora, viva mais e de forma intensa, claro, sabendo ter o principio d equilíbrio.

“O importante é ser feliz vivo pelo que me dá prazer” (Luiz Riscado).

Conteúdo original, não se esqueça de referenciar: Disponível em: < https://resumos.soescola.com/filosofia/hedonismo/ >