Neoplatonismo

O Neoplatonismo, também conhecido por beber da fonte da teoria platônica, pode ser entendido como uma corrente ou conjunto de escolas filosóficas do século III e IV teve seu crescimento marcado no Egito, na cidade de Alexandria.

 O pensamento teve como principal percussor Amônio Sacas (Séc. II d.C) período a qual estava inserido na era crista, mas o Cristianismo ainda não era visto como a principal religião dentro do Império Romano. O Neoplatonismo é considerado a última corrente filosófica da antiguidade.

A corrente do Neoplatonismo é uma corrente baseada nas ideias de Platão (V-IV a.C), mas para, além disso, dedica-se também a influenciar as religiões pagãs e judaicas- cristãs através das suas concepções.

A palavra Neoplatonismo ganhou o prefixo “neo”, pois a corrente difere-se em alguns pontos da corrente platônica, pois, apesar de usarem a mesma base, eram diferentes em algumas teorias.

Principais Características do Neoplatonismo

É importante mencionar que a corrente filosófica não era a cópia das ideias de Platão, e sim, buscava através dos ensinamentos deixado pelo filósofo os princípios espirituais e cosmológicos do pensamento platônico.

Os primeiros Filósofos Neoplatônicos dedicavam-se a interpretar as obras de Platão, tanto que os trabalhos realizados eram chamados de “Platônico”. Como mesmo mencionado, o primeiro filósofo Neoplatônico foi Amônio Sacas, mas, posteriormente, o principal nome reconhecido da corrente foi Plotino (204 d.C-270 d.C), discípulo de Amônio, e logo após, Agostinho de Hipona antes de se converter ao cristianismo.

Fora outros de grande importância , como:

  • Plutarco (45 d.C. -120 d.C)
  • Maximus (100 d.C -160 d.C)
  • Enesedemo (150-70 a.C)

A principal característica do Neoplatonismo é o chamado “Monismo”, o monismo trás a concepção que os seres humanos são definidos e representados pela multiplicidade e através dessa multiplicidade, origina-se apenas um princípio, essa origem pode ser tanto material, ou seja, matéria, ou, no caso do segmento Neoplatônico, há uma concepção espiritualista, esse princípio pode ser Uno ou Um, Único Deus, principio esse original.

Os Neoplatônicos definem que não existe o mal, existem apenas graus de imperfeição ou perfeição, e os graus estão de acordo com o afastamento e a proximidade do UNO, Deus, ou seja, quando mais próximo o ser estiver de Deus, mais será o grau de perfeição, quanto mais afastado, menos será a perfeição, imperfeito.

Para a corrente, não há caminhos para se chegar a uma verdade absoluta em Deus, mas podemos aproximar do ser divino através da espiritualidade, e para além da mesma, a meditação é um ponto importante de ligação.

É nesse contexto que os Neoplatônicos definem que através de uma construção entre o ser e o Uno, há o afastamento da vida terrena e principalmente dos vícios.

Toda essa concepção foi sintetizada por Plotino, em sua obra “ Enéadas” é a partir dessa obra que Plotino trás a divisão de mundo entre o invisível e o fenomenal.

Portanto, o Uno, é a criação de todas as coisas, e por outro, o ser, é a forma de criação imperfeita, que mesmo afastando-se do Uno, da luz, do mundo invisível, ainda possuem a essência de Deus na alma. Analisando os fatos percebe-se uma hierarquização:

  • Uno ( Deus)
  • Seres da Criação, imperfeitos, Seres Humanos
  • Afastamento do Uno
  • Mas, possuidores da essência de Deus

O monismo Neoplatonismo é a oposição do dualismo de Platão, a qual o mesmo diferencia o mundo das ideias e dos sentidos. Para eles Platão não deixou claramente os verdadeiros pressupostos do seu pensamento sobre a essência, e para isso, buscou-se bases autenticas para complementar as ideias do filósofo.

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Os três estágios do Neoplatonismo,

A corrente do Neoplatonismo possue três estágios:  Emanação do Uno, Alma do Mundo e mundo material, vamos compreende-las?

Emanação do Uno: A emanação do uno pode ser compreendida como inteligência, conhecida também como (Nous ou Logos) é a razão, a inteligência, inteligência essa ligada ao uno, é a manifestação suprema da divindade e fonte suprema de todas as coisas, é na emanação do uno que há a primeira manifestação de Deus.

Alma do Mundo: A alma do mundo é entendida como uma concepção que compartilha a inteligência e o mundo sensível, ou seja, a mediação entre dois campos, resultando em uma verdade obscura, escondida.

Mundo material: E por fim, o Estágio esse inicial, a qual o ser está mais afastado do seu estado original, ou seja, a luz verdadeira, isso se dá pelo fato do pecado da carne, do mundo material, terreno, a parte que recebe menos a luz, mas, apesar do afastamento, é o estagio decisivo para afastar-se das coisas materiais e elevar-se ao principio original, ou seja, é no mundo material que o ser humano se origina, nasce, é a partir disso, que há elevação para chegar-se a luz.

Mas, é preciso passar pelos graus de perfeição, como a meditação e espiritualidade, para chegar-se a luz.

Neoplatonismo X Ceticismo

O ceticismo e o Neoplatonismo seguem a mesma linha de raciocínio. O ceticismo parte de uma concepção mais crítica, ou seja, para eles não é possível conhecer uma verdade absolutamente segura e concreta, a qual só conseguiu entender a realidade de forma que a mesma se aparenta, ou seja, a aparência. Para eles, é através do debate, da troca de ideias, que é encontrado o conhecimento seguro, não havendo debate, não há meios para se conhecer.

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Para saber mais ….

No campo medieval os conceitos trazidos pelo Neoplatonismo influenciaram no segmento da cabala, segmento esse que tinha como adeptos os judeus e buscava compreender a essência de Deus e o Universo, a doutrina foi construída através de concepções do monoteísmo, a crença em um só Deus, percepções essas que foram também concebidas por filósofos islâmicos e sufis.

O Neoplatonismo encontrou o seu lugar no Oriente e por certo período foi esquecida e posteriormente resgatado no Ocidente, por Plethon, seguindo até a esfera do Renascimento.

Concluímos

Portanto, o Neoplatonismo é um conhecimento baseado em reverberações de outros pensamentos posteriores da idade média, como: Agostinho de Hipona, Boécio, João Escoto Erígera, Nicolau de Cusa, e por fim, Giordano Bruno.

É a partir desses nomes que mostra a importância da filosofia dentro das concepções trazidas por todos eles, principalmente dentro das escolas Neoplatônicas.

Sem o pensamento Neoplatônicos a filosofia medieval seria obscura.

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