Utilitarismo
O utilitarismo é uma doutrina moral que tem como principio a prática e sua finalidade, ou seja, uma teoria que possa ser aplicada no cotidiano. A máxima do utilitarismo pode ser entendida como a produção do bem estar através do agir, ou seja, a ideia máxima é agir de forma a produzir a maior quantidade de bem estar possível.
A ética filosófica é um campo de investigação da filosofia que busca definir quais são os critérios para uma ação moralmente ética, a corrente mais estudada dentro da doutrina é o utilitarismo, o utilitarismo tem como principio da moralidade a maximização dos prazeres e a minimização da dor, ou seja, quando um individuo está diante de uma dilema moral, o mesmo deve olhar para as principais escolhas de ação e fazer o seguinte cálculo: Quais dessas escolhas me trará mais prazer e menos dor?
A ação escolhida deve ser sempre aquela que beneficie de alguma maneira o maior numero de pessoas, ou seja, é importante visar à conseqüência da ação e não a própria ação, e através disso, é sempre necessário realizar o chamado cálculo utilitarista, um cálculo moral, ou seja, quantas pessoas serão atingidas pela sua ação, o propósito e a consciência.
A ação moral é pratica, ou seja, não um modelo teórico a ser seguido, estudado.
Concluindo, o utilitarismo trás que o homem através da sua consciência empírica, ou seja, sua experiência, pode através da mesma decidir suas ações, e por meio dessas escolhas é possível alcançar o prazer, prazer esse em oposição à dor.
OS PRINCIPAIS PIONEIROS UTILITARISTAS
Jeremy Bentham (1748-1832)
Jeremy foi um grande filósofo inglês e o primeiro idealizador do utilitarismo o mesmo trouxe a concepção de um utilitarismo mais quantitativo em 1781. Através de suas concepções teóricas sobre a doutrina, escreveu em 1789 a obra “Uma introdução aos princípios da Moral e da Legislação.” Foi nessa obra que o filósofo trouxe fatos das principais nuances do pensamento utilitarista.
O filósofo entendia a doutrina com uma visão quantitativa do prazer ou como mesmo chamou de hedonismo quantitativo, para ele a maior durabilidade das ações corretas e maior intensidade dessas ações consequentemente levariam uma maior carga de coisas positivas, a felicidade em si.
Vejamos um exemplo clássico do seu pensamento quantitativo:
Exemplo: Há um bonde que perdeu totalmente o controle indo pelos trilhos de ferro, e lá na frente há três pessoas amarradas de um lado e uma pessoa amarrada do outro lado, o conceito utilitarista de Jeremy coloca que é preciso desviar o bonde para o lado que contem apenas uma pessoa, ou seja, irá causar danos, mas para um menor número de pessoas, e a escolha aconteceu em detrimento para o beneficio da maioria, conceito esse quantitativo.
Foi apenas com Jonh Stuart, que o pensamento utilitarista foi mais conceituado e ganhou mais visibilidade e amplitude:
Veja ainda:
Jonh Stuart Mill (1806-1873)
Jonh pensava a doutrina de uma forma diferente do seu companheiro de pensamento Jeremy, para ele, a busca pelo prazer não deveria ser visto em caráter quantitativo, mas sim, qualitativo, ou seja, buscar a qualidade dos atos.
Sua obra “Utilitarismo”, publicada em 1861, trás o utilitarismo juntamente com a ética, podendo se entendido também, como hedonismo qualitativo, ou seja, para ele era necessário incluir a qualidade dos prazeres em detrimento da duração e intensidade da ação.
Através de sua concepção, o filósofo teve a idéia de dividir os prazeres em duas categorias: O prazer superior, esse prazer estaria conectado mais profundamente com os sentimentos, emoções e a sapiência.
E por fim, os chamados prazeres inferiores, que para ele estariam relacionados com prazeres carnais.
Exemplo: Vamos para o mesmo exemplo do bonde: Nos trilhos há três pessoas amarradas de um lado e do outro lado um cientista que descobriu a cura do câncer, Jonh coloca que as pessoas amarradas em um primeiro momento não há nenhum beneficio para a sociedade em geral, em vista do cientista, ou seja, ele visa à qualidade. O cálculo qualitativo observa que o individuo sozinho beneficiara o maior numero de pessoas, Jonh completa que é importante levar em consideração os atributos que estão colocados na ação e não apenas a quantidade de pessoas.
É importante mencionar, que para além desses grandes pensadores utilitaristas, podemos dar grande ênfase ao economista Frances Jean-Baptiste Say (1767-1832) e o filósofo Francês Étienne Bonnot de Condillac (1715-1780)
CRÍTICAS A DOUTRINA UTILITARISTA
Houve alguns autores da época que criticaram a doutrina utilitarista argumentando que apesar de ser um pensamento que busca a praticidade, é pouca prática, ou seja, para alguns pensadores é totalmente impossível antecipar os resultados das ações, e mais, citam que o prazer não é capaz de ser medido, determinado e muito menos verificado, e por qual motivo?
Os pensadores colocam que os indivíduos apresentam identidades e mudanças variadas, e por esse fato, a doutrina da utilidade do prazer é ineficiente, não há possibilidades.
Kant foi um dos principais críticos do utilitarismo, o filósofo alemão formulou o que ele chamava de Imperativo Categórico, o mesmo cita que a maior proporção do bem em vista do utilitarismo, é um engano, pois há aqueles que apenas se preocupam com os bons resultados das suas próprias ações, e não com o todo, sem se importar com o bem estar das demais pessoas.
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ÉTICA UTILITARISTA NO COTIDIANO
Temos diversos exemplos da corrente utilitarista no cotidiano, vamos pensar:
Exemplo: Quando um prefeito da cidade atende ao pedido da população, população essa em maioria para retirar “moradores de rua” de certo local com a justificativa que estão atrapalhando o bem estar social, nesse contexto fica nítida a lógica utilitarista, pois, a mesma afirma que embora você tenha um tipo de desconforto, pesar, e até mesmo” arrependimento” por essas pessoas estarem sendo retiradas, é um numero pequeno de indivíduos que vão ser retirados a força, comparado a grande população que irá se beneficiar com aquela ação da prefeitura, aquela famosa frase,” o certo a ser feito”
E fica a pergunta, será que o utilitarismo é válido em todos os casos?
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