A indústria cultural produz um produto cultural feita para o consumo, ou seja, para a geração de lucro em massa.
A termologia indústria cultural tem as suas raízes do alemão “kulturindustrie” e foi cunhada por dois grandes intelectuais de suma importância Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1903-1969) as quais fizeram parte da Escola de Frankfurt.
A indústria cultural foi mencionada pela primeira vez no ano de 1940, mas foi apenas com a obra “Dialética do Esclarecimento: Fragmentos filosóficos escrito conjuntamente pelos dois grandes pensadores citados acima que o termo ganhou verdadeiro destaque, a obra foi escrita em 1942 e publicada apenas no ano de 1972, ou seja, demorou quase 30 anos para o livro ser reconhecido de fato. O termo ainda gera muitas discussões profundas nos dias atuais e a sua maneira de transformar as pessoas em uma espécie de “fantoche” é a mais questionada e debatida, vamos conhecer um pouco mais?
AFINAL, O QUE É INDÚSTRIA CULTURAL?
Como mesmo mencionado os filósofos em 1947 cunharam o termo “Indústria Cultural”, os mesmos definiram a termologia como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura como: filmes, livros, música popular, programa de TV, dentre outros com objetivo de produzir mercadoria e principalmente a criação de estratégias de controle social.
Ambos fizeram uma analise dos meios de comunicação de massa e a partir disso concluíram que tudo funciona como uma indústria de produtos culturais visando principalmente o consumo.
A indústria cultural transforma as pessoas em consumidoras de mercadorias culturais, ou seja, a mesma tira toda seriedade da cultura erudita e principalmente a autenticidade.
E não deixando de citar, que a Indústria cultural possui como objetivo principal de reproduzir os interesses da classe dominante e assim submeter os consumidores as suas vontades próprias, fazendo com que a mesma torna-se alienadora da classe dominada e consequentemente a exclusão de um pensamento critico e racional.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O conceito Indústria cultural não só aborda um tipo de lugar ou país, mas sim toda uma construção capitalista crescente mundialmente nos dias atuais.
Durante os anos de 1930 a 1940 o capitalismo havia se desenvolvido para além da questão da própria indústria produzindo assim um processo de englobamento de questões culturais.
Em linhas gerais, o termo Indústria cultural surgiu para designar todo o conjunto de características da própria cultura que é produzida em uma sociedade, é o processo de industrialização de bens culturais e a sua própria mercantilização.
Veja abaixo as principais características da Indústria cultural:
Razão Instrumental
A expressão usada pelos intelectuais Adorno e Max é uma critica ao iluminismo que desenvolveu a tese de racionalidade como meio de libertação para a sociedade e o seu progresso, e em cima disso, os intelectuais foram opositores a ideia, dizendo que não necessariamente a racionalidade naturalmente conduz ao progresso, mas que o desenvolvimento técnico, cientifico e industrial podem ter instrumentos para a acumulação de riqueza, ou seja, a racionalidade instrumental é uma racionalidade técnica para a obtenção de lucro.
Padronização de Formas Culturais
Produção que não visa simplesmente à obtenção da estética cultural em si em suas vertentes, mas sim o lucro em cima dos meios culturais, ou seja, é a padronização dos mesmos meios e formas culturais e a utilização do seu simplismo dentro de uma diversidade cultural, ou seja, a indústria cultural desconsidera as diferenças culturais e padroniza todo mundo.
Produção Social do custo
Dentro da produção Social do Custo o ser não está subjetivamente decidindo sobre o seu próprio consumo, mas sim, há uma pressão externa aos indivíduos para produzir de acordo com o gosto, ou seja, não é uma escolha individual e sim são produzidos previamente por indústria que decidem o que devemos gostar.
Massificação cultural
Quando há a padronização das formas de cultura e a produção do gosto, a ideia do consumo em massa se torna necessário, ou seja, podemos citar exemplo de filmes que são investidos milhões para ser realizado e a partir desse investimento consequentemente se espera a obtenção do lucro, a mais valia por esse fato a indústria é tão presente no meio cultural.
Pluriclassismo e Ideologia
O Pluriclassismo é quando a indústria cultural vai produzir determinado produto e não visa atingir uma determinada camada social, ou seja, não é exclusividade de um determinados grupo social, ela tende a atingir a uma camada e expandir sempre para outras camadas para que o grau de consumo se expanda. Já a ideologia é conjunto de ideias dominantes que são naturalizadas pelos trabalhadores, a falsa consciência sistematizada da realidade.
Assim, em linhas gerais, A indústria cultural tem como objetivo a dependência e alienação dos homens, ou seja, a construção de um gosto padronizado e o consumo de produtos de baixa qualidade, ou seja, uma ideologia imposta às pessoas tornando-se uma cultura de massa.
WALTER BENJAMIM (1892-1940)
O cinema teve a sua origem no final do século XIX e XX e conseguiu uma revolução no campo da estética que foi produzir imagens em movimento.
Walter Benjamim também visto como uma grande figura da escola de Frank aprofundou-se bem na questão cinematográfica em sua obra “A arte na era da Reprodutibilidade técnica”, nessa obra Benjamim destinou a sua analise de como o cinema consegue criar uma nova forma de conhecimento mais democrática e de fácil acesso, porem, esse processo foi produzido pela burguesia e tem uma intenção racional de lucro.
O cinema juntamente com as histórias em quadrinhos foi produzido para uma parcela especifica e durante o tempo se expandiram entre as pessoas e até mesmo se correlacionaram entre si, tantos que grandes produções de cinemas são de super heróis e a lucratividade é enorme.
Não deixando de citar a televisão como meio interligador da indústria cultural que reproduz meios de consumo através de publicidade e marketing e garantem certa “felicidade” ao consumidor e sabemos que a felicidade muitas das vezes não pode ser comprada fazendo com que o mesmo fique preso em um ciclo eterno e vicioso de conformismo e a busca pelo sucesso e juventude.
Aspectos positivos?
Isso, a indústria cultural pode sim ter aspectos positivos segundo Walter Benjamim, ele acreditava que através do sentido de construção do acesso a mercadorias poderia também abrir um espaço de democratização da arte.
Em linhas gerais, para o pensador, os mesmos fatores que podem alienar o ser e toda uma sociedade, também pode proporcionar um maior acesso a cultura e suas vertentes, não apenas vertentes no meio consumista, mas sim o acesso as suas principais ferramentas.
Portanto, se a indústria cultural é vista como a principal responsável pela alienação e o consumismo de toda uma sociedade, a mesma também pode torna-se um fator de transformação social capaz de propagar e trazer um novo significado a arte.