Humanismo Renascentista
No fim do século XV e no inicio do século XVI, um novo pensamento dominou toda a Europa, pensamento esse que deu origem a uma das épocas mais revolucionarias da história, o Renascimento, o mesmo pode ser entendido como um dos principais movimentos intelectuais e filosóficos da época.
A época pós- idade média foi o berço de muitas revoluções sejam elas artísticas, cientificas e até mesmo literárias, todas elas levaram a grandes mudanças, mas uma principal que podemos citar ocorreu no modo de pensar.
O pensamento do ser humano passou por uma transição significativa em relação aos ideias do trovadorismo medieval, este que fora dominado pelo teocentrismo que colocava Deus e a Igreja no centro de tudo.
Em linhas gerais, o humanismo renascentista era o desejo de alcançar o individualismo e usar a razão para contemplar a própria existência. É o momento da história no qual o homem utilizou todos os esforços intelectuais e espirituais para compreender a si mesmo e se aprimorar.
As principais características do Humanismo podem se dividir em 7 características essenciais:
As principais características do Humanismo podem se dividir em 7 características essenciais:
- Antiguidade clássica
- Racionalismo
- Antropocentrismo
- Cientificismo
- Empirismo
- Valorização do ser humano
O ideal renascentista
O conceito predominante no renascimento era conhecido como Humanismo Renascentista, para entender melhor o conceito, é preciso voltar na época do fim da idade média e com ela o fim do sistema feudal, com esse fato, abriu-se um espaço maior para o desenvolvimento de burgos nas cidades, logo, quem ocupava essas atividades era a burguesia.
Foi nessa fase que se deu o surgimento da burguesia e com ela o principio do comércio, porém para se negociar algum produto era necessário obter algum meio de troca, surgindo assim à famosa moeda.
Depois de algum tempo que se iniciou a circulação da moeda consequentemente ocorreu o acumulo de capitais, resultado esse que fez com que a burguesia almejasse a tão sonhada ascensão social, ou seja, a ascensão social era a representação do homem no centro da sua própria vida.
Nesse contexto, o antigo teocentrismo foi deixado de lado aos poucos, dando lugar ao chamado Antropocentrismo, fator esse que colocava o homem como centro do mundo. Esse momento de transição ficou conhecido como “Humanismo”, momento a qual o homem passa a investir mais em si próprio, buscando o aprimoramento e o aperfeiçoamento cada vez mais constante, fase essa considerada o principal pensamento filosófico da época.
No âmbito da literatura, a mesma sofreu algumas mudanças significativas a qual ficou marcada pela transição do trovadorismo e o classicismo, ou até mesmo, segunda época medieval.
Humanistas
Porém, surge à pergunta, como o ser humano foi capaz de realizar tal transição? Esse questionamento é respondido com o surgimento de humanistas importantes da época, o humanista era todo tutor que lecionava gramática, poesia, história e por fim, filosofia moral, conjunto esse de matérias bem especificas.
Os humanistas realizavam esses estudos com o objetivo de compreender a natureza humana e assim potencializá-la, para que os homens alcançassem a fama em vida e a mantivesse mesmo depois da morte.
Giovanni Pico della Mirandola, um grande estudioso intelectual humanista, olhava o sistema com grande semelhança aos que os gregos chamavam de “Paidéia” que era basicamente a formação humana e espiritual do individuo a partir do método de estudo que abrangesse o homem em todas as áreas possíveis.
Também veja: Meritocracia.
Renascimento
O Renascimento expressa a idéia de “aparição” e “ renovação”, pois o ato de contemplar o ser humano não nasceu nessa época e sim na antiguidade, onde os gregos por meio das artes e da filosofia admiravam a dimensão espiritual do ser humano.
Assim, o renascimento surgiu como um dos principais movimentos artísticos e filosóficos na Itália e posteriormente ganhou notoriedade em todo continente europeu no século XV.
Na idade média esse pensamento foi se perdendo, pois a admiração estava sempre voltada ao ser superior e divino, Deus.
E assim, no Renascimento, essa concepção tomou o seu lugar novamente.
Principais expoentes do pensamento
Os principais integradores do pensamento humanista foi o Poeta italiano “Francesco Petrarca” (1304-1374), o mesmo nasceu no século XIV e acreditava que não existia nada mais importante para ser apreciado do que o próprio homem e que os homens em seu redor deveriam parar de olhar para os pássaros e os peixes e começar a olhar para dentro de si, para ele a natureza era importante, mas o homem é a fonte principal de todas as coisas.
Giovanni Boccaccio (1463-1491) o mesmo vivenciou o século XV, o mesmo pensava o homem de uma maneira bastante individual e pouco vista na história do pensamento ocidental, tanto que citou a famosa frase:
“O homem é o grande milagre”
Segundo ele, todas as criaturas estão destinadas a serem o que são e não é necessário mudar essa essência, assim uma árvore sempre será uma arvore o peixe sempre será o peixe, mas, para ele, o homem transcende essa barreira, sendo capaz de rebaixar aos níveis da fera e se elevar mais alto que os anjos.
Por fim, o humanismo renascentista é o pensamento que contempla o homem e sua característica única de ser o que nenhum outro ser da natureza consegue.
Abaixo confira outros intelectuais humanistas importantes para a construção de todo pensamento:
- Erasmo de Roterdã
- Michel de Montaigne
- Poggio Bracciolini
- Niccoló Niccoli
- Matteo Corsini
- Domenico Capranica
- Teodoro Gaza
- Guarino de Verona
- Jorge de Trebizonda
- Gasparino Barzizza
- Francesco Bárbaro
- Marsílio Ficino
- Giovanni Pico della Mirandola
Filosofia humanista
A filosofia humanista tinha como principal centralidade o conhecimento do universo humano alicerçado ao pensamento teocêntrico antes da chegada da Idade Media. O movimento humanista teve suas principais manifestações nas artes e no campo filosófico.
Com o movimento houve o rompimento de pensamentos anteriores e a busca de um novo olhar para as coisas do mundo, ou seja, uma grande revolução do pensamento do ser humano, isso advenho a partir do momento que alguns filósofos começaram a questionar perspectivas antigas da história.
A chegada do cientificismo e com ela a corrente empirista, a qual a valorizava as experiências humanas, Deus deixou de ser apenas o único centro do mundo, o homem passou a ser visto através da sua racionalidade, verdades e sua principal condição no universo.
No âmbito educacional e com ela a grande expansão de escolas e universidades possibilitou um maior crescimento do humanismo renascentista por toda Europa, essa expansão deu a entrada de disciplinas importantes no currículo escolar como ciências, filosofia, línguas, literatura, artes, humanidades.
E por fim, o Alemão Johannes Gutenberg foi o principal inventor da imprensa no século XV, invenção essa que foi de grande importância para a divulgação do conhecimento e com ela o acesso as mais diversificadas obras humanistas.
Individualismo
O individualismo pode ser considerado uma grande característica do humanismo renascentista, o mesmo ajudou no aprofundamento nas questões ligadas a particularidade humana e com ela as suas principais emoções.
É nesse contexto que o homem começa a ser enxergado como centralidade no mundo e reconhecido como principal agente de mudanças e constituído de racionalidade, racionalidade essa que concede o poder de fazer escolhas no mundo, ou seja, ter o livre arbítrio.
É nesse momento que o homem torna-se critico.
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