Historiador, ensaísta, diplomata Francês esse foi David Hume (1711-1716) importante filósofo empirista pertencente à corrente do iluminismo do século XVIII. A sua obra e pensamentos foram de suma importância para a construção de métodos dentro da ciência moderna que influenciou grandes nomes como os filósofos Immanuel Kant (1724-1804) e Auguste Comte (1798-1857).
Para Hume, o empirismo é a base para o conhecimento, ou seja, só podemos conhecer através dos sentidos sensoriais, o mesmo foi considerado um empirista radical, para ele a verdadeira busca do conhecimento é aquela que é feita através da experiência.
Em linhas gerais, Hume acreditava que o fundamento da vida não está na razão e sim nos hábitos, costumes e experiências, pensamento esse que diferenciou muito das ideias de René descartes que acreditava no conceito de ideias inatas, ou seja, já nascemos com ela, em contrapartida Hume já concebia a idéia que o ser humano aprende apenas vivenciando as experiências o tornando uma figura critica ao racionalismo cartesiano.
Uma das suas principais frases é:
“O hábito é o grande guia da vida humana”.
Seus principais pensamentos foram considerados revolucionários contidos em princípios céticos e ateístas, fatos esses que o levaram a ser acusado de heresia pela igreja católica que culminou na proibição de algumas de suas obras.
Vamos conhecer um pouco mais da vida e pensamento de Hume?
Biografia de David Hume
David Hume foi um grande filósofo e diplomata inglês que nasceu em Edimburgo-Escócia no ano de 1711 e veio a falecer em 1716. David nasceu em uma família nobre escocesa e durante sua infância já demonstrava grande busca pelo conhecimento no campo filosófico e das artes.
Durante a sua infância e adolescência recebeu uma educação exemplar, tanto que no ano de 1724-1726 adentrou a Universidade de Edimburgo no curso de direito, durante essa fase Hume não se interessou muito pelo campo e começou a se aprofundar em temas direcionados a filosofia, literatura e economia.
No ano de 1748 na frança com pensamentos já amadurecidos escreveu sua Magnus opus: “Ensaio sobre o entendimento humano”. Durante essa fase de escritor Hume pode expressar suas principais ideias, logo após assumiu alguns cargos públicos.
Dentre suas diversas profissões, foi comerciante, bibliotecário e professor e veio a falecer com apenas 60 anos de idade em sua cidade de origem.
Por fim, Hume está entre os pensadores que mais contribuíram para o surgimento da psicologia como ciência.
TEORIA DO CONHECIMENTO
Como mesmo vimos Hume vê na experiência o principal fator do conhecimento, ou seja, é a partir da experiência sensorial que é construído os principais valores e hábitos vistos como principais fatores que faz com que o ser humano busque através da mesma a vivência, o entender e o conhecer.
Em sua obra intitulada “Investigação acerca do entendimento humano” publicado em 1748 contem criticas acerca do racionalismo dogmático e as ideias inatas.
Em primeiro lugar Hume acentua que tudo que esta presente na vida psíquica são percepções e assim ele dividiu em duas categorias essenciais: impressões e as ideias:
As impressões se referem a dados fornecidos pelos sentidos como a visão, tato, olfato, paladar, audição, já as ideias se referem às representações mentais como a memória e a imaginação que são derivadas das impressões sensoriais, assim, toda ideia é uma representação de uma impressão.
Em linhas gerais a ideia remete lembranças de emoções, sentimentos e dores através das impressões, a ideia não é concreta, pois a mesma pode mudar de acordo com o tempo e de acordo com a situação, o que pode ter sido triste em um determinado momento, pode ser diferente em outro tempo, assim, a impressão é muito mais concreta que a ideia.
Por esse fato, David foi considerado um empirista radical, pois ele concede a impressão como principal fator da experiência e a razão como não guia da vida humana.
METODO INDUTIVO
David Hume se contrapôs ao método indutivo, o método indutivo é o raciocínio da ideia que parte do particular para o geral, ou seja, é realizado generalizações:
Vejamos um exemplo:
O nascer do sol de todos os dias é uma ideia adquirida através da indução, mas não temos garantia de que ele nascera amanha.
A repetição dos fatos leva a crer indutivamente que os mesmos tendem a se repetir, assim ele afirma a certeza do hábito.
É nesse fator que Hume também se opõe a ideia de Francis bacon, que acreditava no empirismo indutivo, que consistia em induzir um experimento especifico para se chegar a conclusões gerais.
Para o filósofo, por mais que o número de percepções sejam repetidas continuamente, a conclusão indutiva não possui fundamento lógico, pois sempre será um salto do raciocínio impulsionado pelo hábito ou até mesmo a crença sobre determinado fenômeno.
Em linhas gerais, o conhecimento para Hume é apenas um hábito, não se pode ter a idéia da causalidade como algo tão certo.
MEMÓRIA E TEMPO
Segundo Hume quanto mais passa o tempo da experiência mais fraco o conhecimento vai se tornando f, para ele o tempo entre a memória e o momento que se teve a primeira ideia deve ser o mais curto possível, assim entra a importância do hábito, se algo se repete está adquirindo o conhecimento.
Além disso, conceitua que a subjetividade é aquilo que está dentro de cada ser humano, o modo como cada qual experimenta as coisas e as vivencia, já a ideia geral tende a eliminar essas subjetividades e o individual.
RELIGIÃO
Hume considera que a criação é um mistério, ou seja, um enigma, e quanto o mais o ser humano tenta buscar explicações mais dúvidas e incertezas são geradas, para ele a religião é irracional e impraticável.
Para David o temor a Deus e ao inferno já não exercia tanta influencia sobre a conduta das pessoas, ele compreendia que a religião gera perseguições cruéis e brigas entre diferentes grupos religiosos, além da censura para aqueles que interpretam a religião de forma não ortodoxa.
FILOSOFIA MORAL
Para o filósofo entender a natureza humana é essencial, por esse caminho ele propôs uma espécie de ciência do homem a qual se dedica ao estudo da natureza humana, a mesma deveria estar apoiada a filosofia empirista que defende que as únicas fontes confiáveis de informações sobre a realidade são a experiência e a observação.
Além disso, a filosofia moral é a representação das ciências sociais dos tempos atuais, já a filosofia natural está ligada as ciências físicas.
A ciência do homem proposta pelo filosofo seria uma ciência experimental a qual necessita de uma observação cuidadosa entre uma experiência e o comportamento, ou seja, Humel buscou entender como as experiências dos seres humanos influenciam no comportamento na relação de causa e efeito.
PRINCIPAIS OBRAS
- Tratado da natureza humana (1739)
- Ensaios Morais e políticos (1742)
- Investigação acerca do entendimento humano (1748)
- As cartas inglesas (1748)
- Investigações sobre o principio da moral (1751)
- Discursos políticos (1752)
- A história da Inglaterra (1754-1762)
- Historia Natural da religião (1757)
- Minha vida (1776)