A biorremediação, também referida como remediação biotecnológica, é uma estratégia adotada para atenuar os efeitos adversos da contaminação ambiental.
Nesta técnica, são empregados agentes biológicos decompositores, predominantemente microrganismos como bactérias, fungos, leveduras, entre outros. Estes organismos atuam purificando áreas afetadas pela contaminação.
Estes microrganismos atacam e quebram vários poluentes perigosos, tanto orgânicos quanto inorgânicos, presentes em terras, águas (de superfície ou subterrâneas) e outros locais.
Ao interagir com os poluentes, o microrganismo absorve e processa o agente contaminante, resultando na liberação de dióxido de carbono (CO2) e água (H2O).
Um cenário comum em que a biorremediação é aplicável é na poluição (de terras ou corpos d’água) devido ao petróleo e seus subprodutos.
Prós e Contras da Biorremediação
Vantagens
A principal proeminência da biorremediação é sua segurança inerente, garantindo que o ambiente e as comunidades circunvizinhas permaneçam incólumes.
Adicionalmente, em termos financeiros, esta técnica é mais acessível comparada a outras abordagens de recuperação de áreas impactadas.
Desvantagens
Algumas das abordagens adotadas podem ser percebidas como mais demoradas. Ademais, introduzir microrganismos estranhos pode gerar um desbalanço no ecossistema local.
Variedades de Biorremediação
Existem dois métodos primordiais de biorremediação do solo:
Biorremediação In-situ: Este método se refere ao tratamento do contaminante diretamente no local de origem. Isso elimina a necessidade de movimentação do material. Seu benefício chave é o custo reduzido e a capacidade de atuar em extensas áreas, apesar de ser uma técnica mais gradual.
Biorremediação Ex-situ: Aqui, o material contaminado é tratado em um ambiente separado de onde foi originado. Este método é adotado quando há uma ameaça iminente de rápida disseminação da contaminação.
Métodos de Biorremediação
Cada modalidade de biorremediação engloba várias abordagens. As mais notáveis incluem:
In-Situ
- Atenuação Natural: Frequentemente referido como “biorremediação inata ou passiva”. A purificação ocorre em ritmo gradual e requer supervisão contínua ao longo do tempo.
- Bioaumentação: Incorpora microrganismos altamente eficientes na quebra de contaminantes. Este método é escolhido quando uma área está gravemente comprometida.
- Bioestimulação: Incentiva a atividade microbiana através da adição de nutrientes ao local afetado.
- Fitorremediação: Envolve o uso de plantas para estimular a atividade microbiana, frequentemente aplicado quando há contaminação por metais tóxicos.
- Landfarming: Involui adicionar resíduos oleosos ricos em carbono orgânico ao local afetado periodicamente.
Ex-Situ
- Compostagem: Técnica destinada à purificação do solo. O solo é extraído e organizado em montes. Os microrganismos então convertem os poluentes em compostos orgânicos, dióxido de carbono (CO2) e água (H2O).
- Biorreatores: Utiliza grandes compartimentos selados onde o solo poluído é combinado com água. Aproximadamente 10% a 40% dos resíduos sólidos flutuam e são aerados por um sistema rotativo.
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(Resumo) Biorremediação
Biorremediação: Uma Estratégia Ecológica para Combater a Poluição
A biorremediação é uma técnica ecológica que utiliza microrganismos, como bactérias e fungos, para reduzir a contaminação ambiental. Esses agentes biológicos degradam poluentes em terras e águas, transformando-os em dióxido de carbono e água. Essa estratégia é particularmente útil para tratar contaminações causadas pelo petróleo e seus derivados.
Vantagens:
- Ambientalmente segura.
- Custo-benefício atrativo.
Desvantagens:
- Pode ser um processo lento.
- Risco de desequilíbrio ecológico ao introduzir microrganismos não nativos.
Métodos Principais:
- In-situ: Tratamento no local original da contaminação.
- Ex-situ: Tratamento fora do local original da contaminação.
As técnicas variam desde a atenuação natural até a utilização de biorreatores, dependendo da extensão e natureza da contaminação.
Curiosidades sobre Biorremediação
A biorremediação é uma técnica fascinante que combina biologia, química e ecologia para tratar contaminações ambientais. Aqui estão algumas curiosidades sobre essa abordagem:
- Chernobyl e Fungos: Depois do desastre nuclear de Chernobyl em 1986, alguns fungos que crescem na zona afetada demonstraram ter propriedades de “radiotrofia”, o que significa que podem converter a radiação em energia, semelhante à fotossíntese.
- Limpeza de Derramamentos de Óleo: O derramamento de óleo Deepwater Horizon em 2010 viu um aumento na população de micróbios que podiam degradar os componentes do petróleo. Estes micróbios ajudaram a reduzir o impacto ambiental do derramamento.
- Plantas como Bio-remediadoras: Algumas plantas, conhecidas como hiperacumuladoras, podem absorver e concentrar metais pesados de solos contaminados em suas folhas e caules. Uma vez que a planta atinge sua capacidade máxima de absorção, ela é colhida e descartada de forma segura.
- Desintoxicando Águas Residuais: Alguns tipos de algas e bactérias são usados para tratar águas residuais, removendo poluentes tóxicos e nutrientes excessivos do esgoto.
- Biorremediação e Marte: Pesquisadores estão explorando o potencial de microrganismos para biorremediação em missões de colonização de Marte. Eles podem ser usados para extrair minerais do solo marciano ou para tornar o solo marciano mais amigável para as plantas terrestres.
- Microrganismos Especializados: Nem todos os microrganismos podem degradar todos os poluentes. Muitos são especializados e podem degradar apenas certos tipos de compostos. Por exemplo, os Pseudomonas putida são conhecidos por sua habilidade de degradar o tolueno e o benzeno, ambos poluentes industriais.
- Biorreatores de Cogumelo: Alguns tipos de fungos, como o cogumelo ostra, são usados em biorreatores para quebrar poluentes específicos.
- Arqueias no Resgate: As arqueias, organismos unicelulares que são semelhantes às bactérias, mas pertencem a um domínio separado, também desempenham um papel na biorremediação, especialmente em ambientes extremos, como fontes termais ou locais com alta salinidade.
- Impacto Econômico: A biorremediação é frequentemente mais barata do que outras técnicas de descontaminação, o que pode economizar milhões para empresas e governos.
- A Natureza em Ação: A biorremediação in-situ, muitas vezes, envolve simplesmente deixar a natureza seguir seu curso. Ao garantir que os microrganismos naturais tenham o que precisam (como oxigênio e nutrientes), os poluentes podem ser quebrados mais rapidamente do que se nada fosse feito.
A biorremediação é uma evidência poderosa da incrível capacidade da natureza de se recuperar e do potencial dos organismos vivos em auxiliar no processo de cura de ambientes danificados.