Arthur Schopenhauer

Biografia de Arthur Schopenhauer

Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi um renomado filósofo alemão do século XIX e é lembrado como um dos pensadores mais pessimistas de sua época.

Nascido em Dantzig, na atual Polônia, em 22 de fevereiro de 1788, Arthur era o filho de um próspero comerciante e de uma aclamada autora da época.

Infância e juventude de Schopenhauer

Quando tinha apenas cinco anos, a família Schopenhauer estabeleceu-se em Hamburgo. Aos nove, Arthur foi enviado à França para aprimorar seu francês.

Desde cedo, foi imerso no universo empresarial e financeiro, sendo moldado para seguir uma carreira no comércio. Durante uma jornada pela França e Austrália em 1804, ficou profundamente impactado pela realidade crua das aldeias e cidades que visitou.

Tal experiência o transformou em uma pessoa mais introspectiva e cautelosa, com hábitos peculiares como evitar barbeiros e manter armas carregadas ao seu lado enquanto dormia.

Em 1805, começou seus estudos no ramo comercial na Faculdade de Comércio de Hamburgo. Porém, a morte repentina de seu pai nesse ano levou-o a Weimar, um epicentro da cultura alemã.

Mais tarde, usando a herança paterna, ele optou por abandonar o mundo dos negócios para se entregar às paixões intelectuais. As tensões com sua mãe o afastaram de Weimar, levando-o a novos horizontes.

Ele entrou na Universidade de Gottingen em 1809 para estudar Medicina. Em uma virada de eventos, transferiu-se para a Universidade de Berlim em 1811, focando seus estudos na Filosofia.

Em 1813, enquanto muitos eram cativados pelo fervor patriótico, Schopenhauer escolheu ficar longe dos campos de batalha e se dedicar à sua dissertação de Filosofia: A Quádrupla Razão do Princípio de Razão Suficiente (1813).

O Mundo com Vontade e Representação

Após concluir sua dissertação, mergulhou na escrita daquilo que se tornaria sua obra magna: O Mundo Como Vontade e Representação (1818). Porém, este trabalho monumental foi inicialmente recebido com indiferença.

Dividido em quatro segmentos, cada livro deste tratado se dedicou a diferentes pilares da filosofia: Teoria do Conhecimento, Filosofia da Natureza, Metafísica do Belo e Ética.

Schopenhauer e Friedrich Hegel

Ao ser convidado para ensinar na Universidade de Berlim em 1822, Schopenhauer se encontrou em um confronto ideológico com Hegel, a mente filosófica dominante da Alemanha naquele tempo. Seu desdém aberto por Hegel resultou em aulas vazias, levando-o a pedir demissão.

Quando a cólera se alastrou em Berlim em 1831, Hegel sucumbiu à doença. Schopenhauer, por outro lado, buscou refúgio em Frankfurt, onde passaria seus anos derradeiros.

Pessimismo de Schopenhauer

A doutrina de Schopenhauer postulava que a vontade é a fonte primária de sofrimento. Embora esse reconhecimento leve à dor, também oferece a promessa de libertação.

Ele viveu de maneira modesta, utilizando-se dos rendimentos de seus investimentos. No entanto, o declínio de uma de suas participações levou-o a adotar um estilo de vida mais frugal.

Apesar do reconhecimento tardio, a filosofia de Schopenhauer começou a ganhar adeptos em diversos campos, proporcionando uma visão realista e aplicável da existência.

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As Dores do Mundo

Em 1850, publicou As Dores do Mundo, uma coleção profunda sobre a natureza humana e suas inerentes lutas. Esta obra, englobando temas desde o amor até a política, solidificou seu lugar como um filósofo revolucionário.

Sua capacidade de unir ciência, política e biologia em uma análise coesa trouxe a ele notoriedade merecida em seus últimos anos.

Arthur Schopenhauer se despediu do mundo em Frankfurt, Alemanha, no dia 21 de setembro de 1860.

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17 Frases de Arthur Schopenhauer

  1. “A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.”
  2. “Casar-se significa duplicar as suas obrigações e reduzir a metade dos seus direitos.”
  3. “Desde jovem, percebi que os outros lutavam por bens exteriores, o que não me interessava, pois eu tinha dentro de mim um tesouro muito mais valioso do que todas as posses materiais. O mais importante era aumentar esse tesouro, bastando desenvolver a mente e ser totalmente livre. (…)”
  4. “Em geral, chamamos de destino as asneiras que cometemos.”
  5. Quando mais jovem, dizia, “minha tendência era ser sociável, mas depois, aos poucos, adquiri um gosto pela solidão, fui ficando pouco sociável e resolvi me dedicar inteiramente a mim pelo resto dessa vida fugaz”.
  6. “O homem nunca é feliz, passa a vida inteira lutando por algo que acha que vai fazê-lo feliz. Não consegue e, quando consegue, fica desapontado: ele é um náufrago e chega ao porto de destino sem mastros nem cordâmes. Não interessa mais se ele foi feliz ou infeliz, pois a vida foi sempre apenas o presente, que estava sempre sumindo e agora terminou.”
  7. “Nas pessoas de capacidade limitada, a modéstia não passa de mera honestidade, mas em quem possui grande talento, é hipocrisia.”
  8. “Uma maneira de agradar é deixar que cada um fale de si.”
  9. “Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser esse Deus: as dores do mundo dilacerariam meu coração.”
  10. “Existe no mundo apenas um ser mentiroso: o homem. Todos os outros seres são verdadeiros e sinceros, pois mostram-se abertamente como são e manifestam o que sentem.”
  11. “Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa a existência lhe parece.”
  12. “É melhor não dizer nada do que ter um diálogo estéril e burro em conversas com os bípedes.”
  13. “Na verdade, só existe prazer no uso e no sentimento das próprias forças, e a maior dor é a reconhecida falta de forças onde elas seriam necessárias.”
  14. “Esse é o pior dos mundos possíveis. Com todas as suas variantes e diferenças, com toda a sua multiplicidade, durante o seu desenvolvimento, a realidade íntima do mundo e do homem é sempre a mesma vontade onipotente; a própria história é sempre a repetição do mesmo acontecimento sob aparências diversas: a vontade de viver determinado o sofrimento…” 
  15. “E é pela razão que chegamos à conclusão óbvia de que a morte é o fim da consciência e a destruição irreversível do eu.”
  16. “O que torna as pessoas sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nela, a si mesmos.”
  17. “Em geral, nove décimos da nossa felicidade baseiam-se exclusivamente na saúde. Com ela, tudo se transforma em fonte de prazer.”

Biografia Resumida de Arthur Schopenhauer

Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi um destacado filósofo alemão do século XIX, conhecido por sua visão pessimista da existência. Nascido em Dantzig, Polônia, ele foi criado em um ambiente de negócios, mas sua paixão pela filosofia o levou a abandonar a carreira mercantil. Sua obra principal, “O Mundo Como Vontade e Representação”, não obteve reconhecimento imediato, mas com o tempo solidificou seu legado no pensamento filosófico. Schopenhauer tinha uma relação tumultuada com contemporâneos, como Hegel, o que lhe trouxe desafios em sua carreira acadêmica. Em sua obra posterior, “As Dores do Mundo”, ele refletiu sobre a natureza humana e as lutas inerentes da existência. Ele faleceu em Frankfurt em 1860, ganhando reconhecimento póstumo como um influente pensador.