Ícone do site Resumos Só Escola

Jean-Paul Sartre

Jean-Paul Sartre

Jean-Paul Sartre

Jean-Paul Sartre foi um importante romancista, dramaturgo e poeta francês e um dos principais filósofos do século XX, o mesmo fez parte da corrente existencialista juntamente com os filósofos Albert Camus e Simone de Beauvoir, Sartre produziu grandes peças de teatro de teor romancista.

Jean teve grande influência da fenomenologia de Husserl e a filosofia de Heidegger no seu pensamento.

O filósofo foi considerado uma figura controversa tanto que muitos militantes da direita o condenam por ter defendido ideias do campo marxista enquanto à esquerda o julga por ter rompido com o partido comunista Frances, além disso, foi muito criticado pela falta de fé em vista de alguma força superior e outros apontam que sua filosofia leva a destruição da ordem.

Ufa, a vida de Jean Paul não foi nada tranquila não é? Vamos conhecer um pouco mais de sua trajetória e pensamento?

 Biografia

Jean-Paul Charles Aymard Sartre mais conhecido como Jean-Paul Sartre nasceu em Paris- França, em 1905 e veio a falecer no ano de 1980 em sua cidade natal. O filósofo nasceu em uma família de classe média francesa e muito cedo ficou órfão de pai, nesse período ele ficou aos cuidados de seu avô paterno e a mãe. O avô de Jean era um professor alemão que se exilou na frança no século XIX e continha uma grande intelectualidade que proporcionou uma educação de elite ao seu neto voltada para a literatura clássica e o aprendizado de línguas.

Em 1921 Jean ingressa no liceu Louis-le-Grand uma tradicional escola francesa fazendo o curso preparatório para adentrar a faculdade e nesse momento conheceu seu amigo de longa data Paul Nizan e também passou a conhecer a filosofia do professor Henri Bérgson que influenciou um pouco do seu pensamento. 

Dois anos depois chegou a estudar filosofia na escola normal superior de Paris nos anos de 1924 a 1929, nesse período chegou a conhecer Simone de Beauvoir que tornou sua companheira e esposa de longa data a qual manteve um relacionamento aberto, já nos anos de 1931 a 1933 logo após de ter cumprido o serviço militar começou a lecionar filosofia nos cursos de ensino médio.

Já nos anos posteriores entre 1933 a 1934 ganhou uma bolsa de estudos para estudar em Berlim-Alemanha, foi nesse período que pode conhecer a filosofia de Husserl e de Heidegger a qual recebeu grande influência, além de grandes nomes como Nietzche, Kierkegaard e Karl Jaspers.

Anos mais tarde publicou a sua primeira obra de romance “A náusea” publicada em 1938 a qual anuncia alguns traços do seu existencialismo que só será explicado de forma profunda em sua filosofia anos depois, nesse período voltou a lecionar na frança até a entrada da segunda guerra mundial em 1939, nesse mesmo ano foi cassado e feito de prisioneiro pelos alemães e no ano de 1941 conseguiu escapar da prisão e voltar para a sua cidade natal.

Nesse momento ele se encontra com sua companheira Simone e começa um movimento intenso de resistência contra a guerra e o pensamento nazista que se instalava a passos largos na Europa.

Em 1943, publicou sua segunda obra “O ser e o Nada” conhecida como uma das obras mais importantes de sua autoria a qual continha trechos da filosofia existencialista de Heidegger.

Em 1945 deixou de lecionar para viver como escritor criando diversas peças teatrais e obras de ficção, a sua participação ativa em movimentos populares o tornou muito conhecido como filosofo, mas a sua figura relacionada com grupos de esquerda lhe trouxe problemas sérios com a policia.

Em 1946 publicou a obra “O existencialismo e um humanismo”.

Umas das passagens mais importantes e impressionantes de sua vida é que o mesmo rejeitou o premio Nobel de literatura em 1964 com a justificativa que não queria deixar se levar pelo sistema e por conter conotação política, ele dizia que a sua escrita era livre de qualquer instituição e qualquer amarra social.

Já no ano de 1968 o filosofo começa a participar novamente de alguns movimentos estudantis que cansados do sistema político vigente começaram a procurar mudanças.

A partir de 1973 Jean começou a ter agravamentos de saúde devido ao consumo exacerbado de álcool, tabaco e logo após sua morte Simone escreve um texto emocionado de como foi à passagem dos anos de doença do seu companheiro até a sua morte, texto esse intitulado “A cerimônia do adeus.”

Outras obras de grande importância:

Principais pensamentos

Sartre foi o expoente máximo do “existencialismo” que foi considerado uma corrente filosófica que prega a liberdade individual do ser humano. Para o filósofo a existência do homem precede a sua essência, isso significa que o ser humano se determina e se reconstrói enquanto um ser social.

O existencialismo proposto por Jean se difere em algumas partes do existencialismo cristão abordado pelo Kierkegaard que foi o seu principal expoente. O filósofo defende que são as nossas próprias escolhas que constroem a essência, para ele não existem valores pré-determinados e muito menos uma natureza humana.

As diferenças que podemos apontar é que para Sartre não existe nada que condicione ou justifique a necessidade da existência humana, ou seja, a existência não está aparada a um propósito único, o homem é um projeto em eterna construção, pensamento esse que ficou conhecido em sua famosa frase:

“O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: É esse o primeiro principio do existencialismo.”

Em linhas gerais, cada vez, que nós seres humanos, escolhemos agir de determinada maneira estamos construindo a nossa própria identidade como ser, ou seja, determinando a própria noção de humanidade.

Para o filosofo é a conduta humana que caracteriza o ser como individuo e enquanto seres humanos, nesse sentido ninguém está pré destinado a ser mau ou bom, fracassado ou bem sucedido, assim não se pode culpar ninguém pelas conseqüências e o rumo que a vida leva.

Você deve já ter escutado muito essa frase: “A humanidade está perdida”, para Sartre a culpa está inteiramente ligada ao ser humano, portanto a responsabilidade do ser é muito maior do que se pode enxergar, pois a mesma está disposta na humanidade na sua totalidade.

Liberdade

Sartre em seu pensamento conceituou muito a noção de liberdade que não é sinônimo de fazer qualquer coisa, muito pelo contrario, a liberdade é vista como um fardo a qual o homem não pode escapar.

Nesse contexto, Sartre acentua que tudo que é feito é fruto de ações e escolhas, ou seja, a liberdade pode ser total, mas ela pode gerar conseqüências das quais o ser terá que lidar, a liberdade impõe responsabilidade total.

Sartre pontua também que não é necessário valores universais previamente determinados para se agir eticamente, todos os critérios são constituídos pelas próprias escolhas e alguns deles acabam se tornando universais pelo fato de ter sido escolhido por vários indivíduos.

O ser humano não tem controle do lugar em que nasce e muito menos do contexto social, assim, não é possível ter o controle das pessoas em volta, ou seja:

“Aquele que não é o que eu sou e o que é o que eu não sou.” (O ser e o Nada)

Frases reflexivas

“Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão.”

“Não sabemos o que queremos e, no entanto, somos responsáveis pelo que somos-esse é o fato.”

“O homem é condenado a ser livre: porque uma vez jogado no mundo, ele é responsável por tudo o que faz.”

“Resta apenas um dia, sempre começando de novo: ele nos é dado ao amanhecer e tirado de nós ao entardecer.”

“Sempre posso escolher, mas devo saber que, se não escolher, ainda estou escolhendo.”

“O homem nada mais é do que ele faz de si mesmo. É uma questão de escolha, não de acaso. Esse é o primeiro principio do existencialismo.”

“Se você está sozinho quando está sozinho, está em má companhia.”

“Não importa o que fizeram com você. O que importa é que você faz com aquilo que fizeram com você.”


Sair da versão mobile