Epicuro (341 a.C- 271 a.C) foi um importante filósofo grego e o primeiro a conceituar a teoria darwiniana, entre suas principais ideias estão a concepção do conhecimento verdadeiro, a ideia do prazer e com ela a amizade como principal fonte de virtude do homem.
Breve Biografia
Epicuro nasceu na ilha de Samos-Grecia, no ano 341 a.C, durante a sua vida e com apenas 18 anos de idade começou a ter grande interesse pelo estudo da filosofia, tornando-se aluno de Pânfilo, o mesmo era grande admirador da filosofia de Platão, mas Epicuro não concordava com certas concepções do famoso filósofo grego.
Com o passar do tempo mudou-se para Téos, e foi nesse momento que começou a ter os primeiros contatos com a chamada teoria atômica, a mesma foi criada por Nausífanes, discípulo de Demócrito.
O filósofo acreditava no materialismo pregado pelos atomistas, mas desacreditava do mecanismo absoluto a qual era defendida por esse grupo de pensadores.
Foi através da teoria atômica de Demócrito, que Epicuro constatou que o átomo é o principal elemento formador de todas as coisas, e a mesma teria o poder de formar outros corpos, o mais interessante é que essa formulação poderia ocorrer mesmo após a morte física.
No ano de 306 a.C fundou a sua própria escola, que foi chamada por ele de “Jardim”, o mesmo a partir dessa fundação formou uma comunidade de discípulos e amigos.
Epicuro acreditava no cultivo de um bom relacionamento entre o mestre e o aluno, a fundação da escola se deu pelo fato de não concordar com a academia de Platão e liceu de Aristóteles, o filósofo buscava uma filosofia mais prática que pudesse ser entendida por todos os seus seguidores.
Veja ainda:
Principais ideias
Como todos os outros grandes filósofos, Epicuro sintetizou sua obra em três grandes concepções: Epistemologia, metafísica e por fim a ética. Vamos conhecer como o mesmo entendia cada uma delas?
A epistemologia de Epicuro teve grande oposição à epistemologia de Platão, pois o mesmo acreditava que as sensações enganavam, elas não podiam ser uma fonte verdadeira do conhecimento, essa concepção foi sintetizada na alegoria da caverna.
Epicuro não acreditava na teoria de Platão, tanto que o mesmo acreditava que esse processo acontecia ao contrário, para ele, a única e verdadeira fonte de conhecimento são as sensações, conhecido como meio infalível para se chegar ao saber.
Assim, o filósofo acreditava no que chamou de “percepção”, mas você deve estar se perguntando, como assim percepção?
Vejamos um exemplo:
“Um livro existe no mundo real, quando determinado individuo olha pra esse mesmo livro, o mesmo está transmitindo imagens, e essa imagem é captada pelo organismo sensorial que pode ser: visão, tato, olfato.”
Com esse exemplo, Epicuro confirma a sua ideia que os sentidos podem sim captar formas de conhecimento através de um objeto material.
Mas analisando a teoria de Platão, a sensação em alguns momentos podem nos enganar, mas o filósofo ressalta que o erro não surge da sensação, pois a sensação é objetiva.
Para ele o problema surge quando a racionalidade começa a criar julgamentos sobre esse determinado objeto ou fatos, assim surge o erro, quando a razão é usada para entender os sentidos e as experiências.
E isso leva a sua filosofia a um Objetivismo absoluto, ou seja, aquela pessoa que acredita só vendo.
Recomendado: Karl Popper;
Metafisica
Como um nato materialista o filósofo acreditava que tudo no mundo é feito de matéria, de átomos, assim, para ele não existe argumento satisfatórios para se ter medo da “morte”, pois a mesma é apenas uma conseqüência natural, e logo após, não haverá julgamentos, incertezas, punições, não haverá um Deus que mandara pro céu ou inferno.
Assim, ele acreditava que os Deuses eram feito de átomos, e por esse fato não estavam muito preocupados o que os seres humanos estão fazendo ou deixando de fazer.
Contudo, ele acreditava nos deuses da mitologia grega e que a natureza do homem faz parte do mundo material.
Ética
Como mesmo podemos ver, Epicuro acreditava em uma natureza material, com isso, para ele o objetivo e o motivo da existência humana é material.
O mesmo concebe o significado da busca de prazer no pensamento ético, ele não considera os prazeres momentâneos da vida, para ele não é a busca do prazer que vai te dar prazer, e sim, evitar a dor que a mesma proporciona.
Portanto, o prazer pode ser explicado em duas palavras: tranquilidade e isolamento:
“O desejo da carne é não estar faminto, não estar sedento, não ter frio. Qualquer um que esteja enfrentando esses estados, e tenha boas razoes para acreditar que assim continuara, pode rivalizar em felicidade mesmo com Zeus.”
Mais em: Taoísmo
Assim, ele dividia o prazer em três tipos:
- Natural e necessário (comer quando se tem fome)
- Natural e Não necessário (comer alimentos refinados)
- Não natural e necessário. (a busca pela riqueza)
Diante dessas três perspectivas, Epicuro leva a pensar sobre as relações humanas, a primeira é o sexo, ele acreditava que o sexo era natural, mas não necessário, pois para ele não fazer não trará nenhuma dor.
Já a amizade o filósofo a vê como uma fonte inesgotável de prazer:
“A amizade anda pela terra anunciando a todos que devemos acordar para dar alegria uns aos outros.”
Mas ele não era totalmente contra a realização de desejos naturais não necessários, só apenas dava restrições para que esse determinado prazer fosse saciado de forma que evitasse dor no futuro.
Curiosidade
Epicuro era totalmente contra o prazer não natural e muito menos necessário, como a riqueza, a busca pelo reconhecimento, honrarias, inclusive o mesmo chegava a dizer que os prazeres da ciência, da filosofia, não são necessários, mesmo sendo um filósofo.
Os 4 conselhos de Epicuro
“São vão os temores em relação aos deuses e ao além.”
“O pavor em relação à morte é absurdo, pois ela não é nada.”
“O prazer, quando entendemos corretamente, está a disposição de todos.”
“O mal dura pouco ou é facilmente suportável.”
__
Conteúdo original, não se esqueça de referenciar: Disponível em: <https://resumos.soescola.com/filosofia/epicuro/>