Adam Smith

Adam Smith (1723-1790) foi considerado um grande economista e filósofo social iluminista, de origem escocesa, desenvolveu ideias brilhantes que o levaram a ser reconhecido como o Pai da Economia Moderna.

Durante a sua vida concebeu diversos temas importantes como a ética, educação, divisão do trabalho, evolução social e principalmente a questão da livre concorrência e o crescimento econômico.

A economia não era um assunto muito presente dentro da filosofia no século XVIII e foi apenas com Adam Smith que esse cenário mudou, a mesma acabou deixando ser apenas uma filosofia moral, tornando-se um dos principais assuntos das ciências sociais.

O pensador defendia que a economia necessitava de um maior estudo e compreendimento por parte dele e daqueles que se interessavam pela temática, e por esse fato, tornou-se uma disciplina importante dentro das ciências sociais.

Breve biografia

Adam Smith nasceu em 1723 no dia 16 de julho na Escócia, na pequena cidade de Kinkcaldy, filho de um fiscal da alfândega e de sua segunda esposa Margaret Douglas. Smith viveu até os 67 anos de idade e veio a falecer em 1790, o mesmo ficou conhecido como pai da economia moderna e o mais importante teórico do liberalismo econômico.

Com apenas dois meses de vida seu pai Adam Smith veio a falecer, durante a sua infância adquiriu uma ótima educação, tanto que no colégio “Burgh School Of Kirkcaldy” teve a oportunidade de estudar diversas disciplinas como matemática, latim, história, escrita.

Adam graduou-se em humanidade aos 17 anos de idade na Universidade de Glasgow na escócia, a mesma era conhecida como o centro do iluminismo Francês e posteriormente pós graduou-se em filosofia em Oxford estabelecendo-se como conferencista de ética em langenburg.

Já com 27 anos de idade volta à universidade de Glasgow não como aluno e sim professor, começou a lecionar lógica e depois filosofia moral a qual englobava teologia, ética e economia política.

Adam Smith passou boa parte da sua vida dando aulas na universidade, com 35 anos tornou-se reitor.

Em seu circulo de amizades podemos citar alguns nomes importantes como James Watt (1736-1819), engenheiro escocês que viabilizou a máquina a vapor, David Hume (1711-1776), um importante filósofo escocês e com os experientes mercadores do comercio colonial que o atualizava sobre economia na prática.

Já no ano de 1759 Smith publicou o seu primeiro livro “A teoria dos sentimentos morais” a qual trouxe a concepção da natureza humana e suas principais paixões e egoísmos, para ele os homens possuíam uma voz interior com o sentido moral que os aconselhavam sobre os seus atos.

No ano de 1763 Adam Smith foi convidado a ser tutor do Duque de Buccleuch, Smith o levou para estudar em Toulouse, Genebra, Londres e Paris, período esse que chegou a conhecer os iluministas e suas ideias de liberdade que inspirou a revolução francesa e a independência dos Estados Unidos.

Depois de frequentar os cafés literários de Paris onde os iluministas divulgavam suas teses, Smith retorna a sua cidade natal contaminado por Voltaire que defendia todas as liberdades de pensamento, da imprensa, de religião e principalmente a liberdade econômica.

E foi a partir disso, que o pensamento de Adam Smith propiciou a teoria econômica. As obras do pensador são referencias no mundo todo.

Adam não chegou a ter uma companheira e muito pouco se tem informação sobre a sua vida privada, morreu no ano de 1790, no dia 17 de julho na cidade de Edimburgo.

Vamos conhecer um pouco mais do pensamento de Adam Smith?

Riqueza das nações

Por quase dez anos Smith investigou as causas e a natureza da riqueza dos países, fato esse que deu origem ao seu livro “A riqueza das nações” obra essa publicada no ano de 1776, os escritos cumpriram o papel ideológico de respaldar o combate dos privilégios e restrições que caracterizavam as políticas mercantilistas da Monarquia da época.

Enquanto os mercantilistas diziam que a riqueza de uma nação é o quanto de dinheiro ela possui, Smith retrucava dizendo que a verdadeira riqueza de uma nação vem do trabalho e do fluxo de mercadorias e serviços que ele produz.

Divisão do trabalho x Acumulação de Capital

Smith dizia que a capacidade nacional de produzir se baseia em duas coisas: A divisão do trabalho em muitas e pequenas tarefas, divididas por etapas propiciando um maior aperfeiçoamento e empenho no processo de produção e a acumulação de capital.

O pensador afirmava que a riqueza não adivinha apenas da herança, mas que podia ser produzida e não apenas pela agricultura, como acreditava os proprietários rurais, porem por uma nova atividade, a recente Indústria, indústria essa que futuramente proporcionou a acumulação de capital.

Para ele, todo individuo está continuamente se esforçando para achar um emprego mais vantajoso para o capital que possa comandar e garantir sua própria vantagem e o bem estar da sociedade.

Natureza Econômica

Smith causou irritações com a tese que o bom coração e a simpatia do ser humano pelo bem- estar dos outros não eram altruístas, tanto que citou:

“Não é a benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelos próprios interesses.”

“Apelamos não pela sua generosidade, mas ao seu amor-próprio, pois nunca os comoveremos pelas nossas necessidades, mas pelas vantagens que eles podem obter.”

Ou seja, diante dessas duas citações, o mesmo defendia a idéia que a economia se movia através dos interesses privados dos indivíduos, ou seja, um trabalhador não levanta cedo todos os dias pelo gosto de ir estar trabalhando ou o desejo de fazer o bem, mas sim, encontra no trabalho um meio para suprir suas necessidades básicas e de alguma forma ajudar toda uma sociedade, pois com seu esforço e capacidade, as pessoas que dependem dele e do seu serviço, também são beneficiadas de alguma forma.

Mão invisível

Na teoria da mão invisível ele afirmava que tudo funciona melhor em um ambiente em que o homem tem liberdade para empreender, movido por uma espécie de mão invisível que o empurra naturalmente para o lado certo.

Mão invisível que os franceses chamavam de “Laissez-faire”, traduzindo, “ Deixa fazer”, se há um produto em abundancia consequentemente o preço é baixo, por outro lado, se um produto é raro e difícil de encontrar, o preço sobe, e assim, as pessoas se dispõem a paga-lo, é nesse fator que entra a mão invisível, apontando para o empresário o caminho onde investir para lucrar e ao mesmo tempo que faz o “bem”.

Vale ressaltar, que para Smith, só terá lucro aquele que melhor servir a sociedade e assim vencer a concorrência não só pelo menor preço, e sim pela criatividade.

O pensador defendia a livre competição e não a interferência do estado no mundo dos negócios, ao estado só cabia manter a ordem, proteger o patrimônio e cuidar da educação.

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Fisiocracia

Em suas andanças e viagens realizadas Adam Smith teve o prazer de conhecer os fisiocratas François Quesnay e Anne Robert Jacques Turgot na França, entre os anos de 1764-1766, foi através dessa amizade que surgiu o seu grande interesse pela economia.

Os fisiocratas defendiam a idéia do direito natural e um governo baseado no “laissez-faire” (deixa fazer).

Com essa idéia, Adam Smith retorna a escócia com diversas ideias, analisando que o cenário de ambos os países eram totalmente diferentes tanto no âmbito econômico e político.

James Watt foi o primeiro a criar as maquinas a vapor, o mesmo era conhecido por ser um dos grandes amigos de Smith, o seu invento abriu caminhos para a criação da locomotiva, ferrovias e grandes fábricas que mudou posteriormente todo o cenário econômico.

Adam não chegou a vivencia a fase da revolução industrial, mas conceituo as principais mudanças que veio a ocorrer no mundo.

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Principais obras

  • Teorias dos sentimentos morais (1759)
  • Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações (1776)
  • Ensaio sobre temas filosóficos (1795)

Curiosidade

Em março de 2007, Adam Smith saiu das prateleiras das bibliotecas e ganhou as ruas da grã Bretanha estampado nas cédulas de vinte libras.

Principais citações

“A ambição universal do homem é colher o que nunca plantou.”

“O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção.”

“O Estado não deve interferir na economia. Ela se ajusta por si só.”

“A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes.”

“O verdadeiro valor das coisas é o esforço e o problema de adquiri-las.”

“Os livros constituem um mundo melhor dentro do mundo”

Para saber mais…

Com o decorrer do século XX o pensamento econômico teve duas correntes principais, Nilton Friedman (1912-2006) um economista importante da sua época posicionou-se a favor do livre mercado e o economista britânico Jonh Keynes (1883-1946) que defendeu o fim do “laissez-faire” e a intervenção do estado na economia, para ele, o altruísmo social através do estado poderia se unir com os instintos do ganho individual da livre iniciativa aperfeiçoando assim o capitalismo.

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