Gardnerella
A gardnerella vaginalis é uma bactéria responsável por ocasionar o mau odor vaginal, a mesma está naturalmente presente na microbiota vaginal da maioria das mulheres, vivendo em perfeito equilíbrio.
Lembrando que o termo “Flora” é utilizado incorretamente, visto que é apenas reservado para a botânica, quando nos referimos ao conjunto de microrganismos que vivem naturalmente no nosso corpo, o nome correto é microbiota vaginal.
Mas por qual motivo a gardnerella se torna ruim? Isso ocorre quando a mesma encontra algum desequilíbrio vaginal, ela se multiplica, ocasionando uma doença vaginal chamada de vaginose bacteriana.
A vaginose bacteriana é muito comum, principalmente nas mulheres sexualmente ativas afetando cerca de 20% a 80 %, visto que nos homens é bem raro de acontecer o problema.
ATENÇÃO! A vaginose não é considerada uma IST (infecção sexualmente transmissível), pois a mesma não é transmitida na relação sexual.
POR QUAL MOTIVO OCORRE?
A vaginose bacteriana ocorre principalmente quando há o desequilíbrio acentuado na microbiota vaginal da mulher, assim, em conjunto com outros germes como mobiluncus, micoplasmas e bacteroides, há o predomínio da vaginose bacteriana.
Mas não confunda a vaginose com a vaginite, pois a vaginite é uma inflamação das paredes vaginais que pode ocasionar o surgimento da cândida, diferentemente da vaginose, que não inflama as paredes vaginais, e se chegar a inflamar, é muito pouco, quase imperceptível.
Lembrando que nosso organismo sempre foi adaptado a receber variados tipos de germes vistos como normais, temos como exemplo as bactérias, vírus, fungos, geralmente são encontrados na própria vagina, na boca, uretra, intestino, dentre outros locais.
Nesse cenário, encontramos uma “Flora Microbiana Normal”, mas há condições em que essa normalidade pode vir a ter problemas, devido ao surgimento de infecções, gravidez, uso de métodos contraceptivos, como o DIU, stress, depressão e duchas vaginais.
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Principais sintomas da Gardnerella
Esse tipo de bactéria não costuma apresentar muitos sintomas, mas quando acontecem, podem se caracterizar da seguinte maneira:
- Corrimento fluido com aspecto amarelado e até alguns casos acinzentados;
- Corrimento bolhoso seguido de mau odor;
- Mau odor após as relações sexuais;
- Irritações no local;
- Coceiras;
- Ardências;
- Desconforto na hora da relação sexual.
Alguns estudos apontam que mulheres que possuem uma vida sexual ativa com muitos parceiros, são mais propensas a terem a vaginose diagnosticada.
Já nos homens, como mesmo dito, é muito raro de ocorrer, se caso acontecer, pode ser devido a uretrite e balanopostite, que nada mais é que a inflamação do prepúcio e da glande, dando a devida atenção as relações sexuais seguras, pois a parceira infectada pode transmitir a infecção.
Veja abaixo alguns sintomas comuns em homens:
- Pode haver o surgimento de vermelhidão na área do prepúcio, uretra ou na glande;
- Dor ao urinar;
- Coceiras frequentes no órgão sexual;
- Em alguns casos, secreção amarelada na uretra.
O período de incubação pode perdurar entre 2 a 21 dias, dependendo de cada organismo.
Fatores de riscos
É importante salientar que não há uma causa especifica para o surgimento da infecção, mas há alguns fatores de riscos a serem mencionados:
- Como mesmo visto, mulheres são mais propensas a terem a vaginose;
- Relacionar-se com vários (as) parceiros (as) sexuais;
- Uso do cigarro;
- Uso do DIU;
Dentre outros fatores relevantes.
Complicações
A infecção se não for tratada com a devida responsabilidade, pode ocasionar algumas complicações graves, como:
- Infertilidade;
- Endometrite;
- Salpingite;
- Aborto;
- O aumento do risco de contaminação pelo vírus da HIV;
- Estar mais propensa a contrair outras infecções graves, como a gonorreia e a trichomoníase;
- No período gestacional pode ocorrer partos prematuros;
- Recém nascidos com baixo peso.
A infertilidade ocorre quando a infecção começa a atingir outras partes do corpo, como as trompas e o útero, causando assim um quadro de infertilidade, isso pode ocorrer geralmente quando o tratamento não é feito da maneira correta, nesse sentido, a infecção começa a ser simultânea com outras bactérias.
Prevenção
É muito importante se prevenir dessa bactéria com ações simples:
- O uso obrigatório da camisinha, que além de proteger contra a vaginose, também protege de muitas ISTS (infecção sexualmente transmissível).
- Evitar o uso de duchas vaginais, entretanto, se caso for preciso, apenas com orientação médica;
- Consultas periódicas ao ginecologista;
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da infecção é bem simples, é necessário ir até um consultório ginecológico para uma maior avaliação do médico que irá analisar os principais sinais da infecção, como corrimento e o forte odor que é um fator característico da vaginose.
Em alguns casos, o médico pode solicitar a cultura vaginal, a qual é realizada uma coleta da secreção vaginal para análise.
A partir dessa análise, é possível detectar com certeza a presença da bactéria, dando início ao tratamento necessário.
Já os homens, é extremamente importante procurar um urologista para analisar os sintomas.
O tratamento pode incluir o uso de alguns antibióticos como: Metronidazol, Clindamicina, com o uso correto, a vaginose sumira em alguma semanas.
Em alguns casos, o ginecologista pode indicar também o uso de pomadas que necessariamente devem sem aplicadas na vagina, se caso, a infecção não tiver tão forte, não é necessário entrar com nenhum tipo de medicamento, mas, sempre é necessário procurar um especialista e investigar o problema de forma adequada.
O tratamento com o medicamento pode durar 7 dias para o desaparecimento total da infecção, já com o uso das pomadas, em torno de uma semana.
Nesse período, é de suma importância realizar uma higiene intima adequada, lavando a região apenas com agua.
No período gestacional, o tratamento pode ocorrer de forma diferente, é aconselhável o uso de apenas o antibiótico em comprimido, claro, sempre com a orientação medica.