Cinismo

O cinismo é um termo muito falado e corriqueiro nos dias atuais, mas será que conhecemos o seu real significado nos tempos antigos? A palavra cinismo nem sempre foi usada como adjetivo para apontar uma pessoa “Cínica”, na Grécia Antiga o termo era conhecido como uma corrente filosófica ou até mesmo uma doutrina a ser seguida, doutrina essa que era admirada por alguns pensadores, sendo chamados de filósofos cínicos.

Vamos conhecer um pouquinho mais?

O QUE É CINISMO?

O cinismo foi fundado e pensado por um discípulo de Sócrates chamado Antístenes, o mesmo seguiu toda sua vida orientada e pautada pela virtude e a ética, além disso, trouxe através dessa corrente as práticas morais como autodomínio, a auto-suficiência, força de ânimo, e o principal, a capacidade de superar as dificuldades.

Os filósofos cínicos tinham algo muito pessoal e próprio, eles usavam as chamadas artes das superfícies, arte essa que foi expressada através do humor e diálogos em  praças públicas,  faziam da filosofia não apenas uma prática escrita, mas sim cotidiana, o humor usado era colocado como provocativo, mas por qual motivo? O motivo de toda apresentação era para que as pessoas pudessem pensar nos seus próprios conceitos e ações diante a vida.

A filosofia cínica apresentava-se como uma intervenção direta contra os costumes instituídos da época. Os cínicos em sua miséria material exercitavam tudo aquilo que os filósofos traziam apenas na teoria, as ações dos mesmos eram expor na sociedade todas as hipocrisias, principalmente questionando os valores da aristocracia, como rejeitavam qualquer tipo de bens materiais na vida cotidiana, rejeitavam também a chamada filosofia abstrata e metafísica como a platônica, ou seja, para eles a filosofia moral está juntamente ligada no modo de vida dos filósofos.

Enfim, a filosofia cínica buscava uma vida melhor e plena através de práticas sociais, os cínicos vendo que algumas pessoas não seguiam essa ideologia as confrontava, e com isso ficaram conhecidos na história como uma filosofia marginal.

QUEM ERAM OS FILÓSOFOS CÍNICOS?

Na filosofia cínica a figura que mais ficou conhecida entre todos os representantes dessa corrente foi Diógenes de Sinope (412-323 a.C), ou melhor, Diógenes o Cão, era assim que era conhecido entre os gregos, o filósofo tinha total desprezo em relação às coisas materiais, característica essa principal do cinismo, por esse fato era também lembrado como Sócrates louco, pois Sócrates também seguia a mesma linha de pensamento, mas Diógenes levou muito ao extremo, o filósofo e os seus seguidores se recusavam a ter qualquer vínculo material, devido a isso, veio o apelido “Diógenes o Cão”, pois viviam pelas ruas como cães e sobrevivendo através da caridade publica.

Além de abdicar qualquer representação material, desprezava os valores morais e instituições políticas. Mas qual era a justifica para total desprezo as coisas materiais dessa corrente? Diógenes alegava que o materialismo, os bens, e principalmente o apego do homem a tudo isso, o levava a uma vida de sofrimento, escravidão e ambição, ou seja, o pensador colocava que a verdadeira felicidade estava nas pessoas que não possuía nenhum bem, com isso não havia sofrimento e muito menos perdas.

Apesar de muitas críticas advindas do estilo de vida, Diógenes era considerado um homem muito sábio, tanto que teve grande influência para outros filósofos contemporâneos.

Além de Diógenes, Crates de Tebas (365-285 a.C) também fez parte da corrente cínica e tornou-se discípulo de Diógenes, o mesmo abdicou de toda fortuna e decidiu levar uma vida livre de bens materiais, durante esse período foi apelidado de “abridor de portas”, pois o mesmo entrava nas casas sem ser convidado para falar sobre a corrente, contudo, casou-se com Hipárquia de Maroneia.

 Hipárquia de Maroneia (350-310 a.C.) foi grande seguidora da corrente e casada com Crates sofria um enorme preconceito por parte do povo grego pelo fato que os mesmos consideravam aquela vida intolerável para uma mulher, mas ela não estava sozinha, era acompanhada pelo seu irmão Metrocles de Maroneia.

Metrocles de Maroneia (sec.IV – sec. III a.C.) foi grande seguidor da corrente e era irmão de Hipárquia, o mesmo dedicou-se a escrever as chamadas anedotas sobre a vida de Diógenes, costume esse que ficou popular entre os filósofos.

Mônimo de Siracusa (sec. IV a.C) este pensador viu em Diógenes a grande oportunidade de sair da escravidão que era colocado por um cambista, diante dessa alternativa, fingiu-se de louco e conseguiu escapar, tornando-se discípulo de Diógenes.

ÉTICA CÍNICA

Os cínicos viviam suas vidas até as últimas consequências e com isso fizeram funcionar muito bem uma ética encarnada, ou seja, eles viviam de uma maneira que achavam melhor e esperavam que as pessoas pudessem aprender a viver daquela maneira.

O que é cinismo em vídeo:

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