O Inquilinismo faz parte das principais relações ecológicas interespecíficas juntamente com outras três de suma importância, o comensalismo, o mutualismo e o parasitismo.
Como já é esperado, cada um age de uma maneira diferente no processo de relação entre as diversas espécies, nesse ínterim, o Inquilinismo ocorre quando apenas uma espécie possui o beneficio, mas não apresenta maiores danos para a outra planta ou animal, ou seja, duas espécies são associadas em uma relação interespecífica ou heterotípicas, formando assim uma ligação harmônica de proteção.
Esse tipo de interação ocorre principalmente no campo botânico, temos como exemplo as espécies de vegetais com maior porte que possuem benefícios para outra espécie de vegetal de menor porte que através dessa relação podem usufruir de abrigo, luz, nutrientes, alimentação, dentre outros fatores.
SIMBIOSE
Antes de entender as principais características e exemplos do inquilinismo, é importante mencionar o que é a simbiose, veja um exemplo abaixo:
Imagine que duas espécies vivem no mesmo espaço físico, nesse sentido, são duas populações vivendo em um mesmo espaço, agora, imagine que essas mesmas espécies se relacionam entre si, mas são interdependentes, portanto, existe uma relação simbiótica, e dentro da simbiose podemos citar cerca de quatro tipos de relações o inquilinismo, o comensalismo, o mutualismo e o parasitismo.
Agora que já sabemos o que é simbiose, confira as principais características do inquilinismo:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E EXEMPLOS:
O inquilinismo ocorre principalmente em espécies de plantas, algumas delas geralmente podem ser encontradas em troncos de grandes árvores, temos como exemplo algumas espécies de orquídeas, as mesmas se desenvolvem muito bem quando estão associadas aos troncos das árvores, isso ocorre, pois são plantas pequenas e como todas as plantas, necessitam realizar fotossíntese e para isso precisam necessariamente terem acesso a luz do sol e sobreviver também a ambientes úmidos, como os das floresta tropicais.
Mas você deve estar se perguntando, por qual motivo essas orquídeas não crescem no solo? Isso ocorre, pelo fato do tamanho das grandes árvores espalhadas pelos biomas brasileiros, se essas espécies crescessem no solo, consequentemente a luz solar seria bloqueada pelas copas das árvores e consequentemente a orquídea não conseguiria realizar o processo de fotossíntese e, portanto não sobreviveria nesse ambiente.
Assim, a orquídea tem a necessidade de crescer sobre os troncos das arvores, pois à medida que as arvores vão crescendo, as orquídeas são elevadas e consequentemente recebem luz solar em grande abundância.
E não são apenas as orquídeas que possuem essa particularidade, isso também vale para as bromélias, as bromélias também crescem sobre os troncos dessa vegetação, e nesse tipo de relação tanto as orquídeas e as bromélias são beneficiadas, enquanto a árvore, que é uma hospedeira, não tem nem prejuízo ou beneficio algum, ou seja, é indiferente. Esses tipos de plantas são chamados de embriófitas
Árvore é a Hospedeira à as plantas que crescem sobre as árvores são os inquilinos, formando assim o inquilinismo.
E não são apenas as plantas que são hospedeiras, as copas das árvores são cheias de inquilinos como cobras, rãs, insetos, aracnídeos, dentre outros. (Acha espaço, não é?)
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INQUILINISMO X COMENSALISMO
Você sabia que há uma ligação gigantesca entre essas relações ecológicas? Veja os principais exemplos abaixo:
Um exemplo que poucos têm o conhecimento é a relação de inquilinismo dos tubarões com pequenos peixes no oceano, ou também conhecidos como rêmoras.
Os tubarões são caçadores ferozes do mar e exploram todo o oceano procurando alimento, nesse sentido, existem alguns peixes que ficam alojados logo abaixo da boca do tubarão, esses peixes são chamados de “rêmoras”, as mesmas possuem logo acima do seu corpo na parte superior do dorso, ventosas que fixam as rêmoras no corpo do tubarão e com isso essa espécie é beneficiada de duas maneiras:
- Quando o tubarão se locomove consequentemente ajuda a rêmora a se locomover explorando novos espaços no mar;
- E também, quando o tubarão se alimenta, restos de comida caem da sua boca, assim, os peixinhos aproveitam dessa oportunidade para também se alimentarem.
Portanto, vimos mais uma relação de inquilinismo, pois há uma inteiração harmônica entre o tubarão e a rêmora, a qual apenas a rêmora é beneficiada, mas o tubarão não sofreu nenhuma conseqüência, ou seja, é indiferente, e o comensalismo, pois as rêmoras se alimentam de restos de alimentos que acabam caindo da boca do tubarão.
Esse tipo de relação comensalismo e inquilinismo também podem ser vistos entre as hienas e os leões que vivem na áfrica, nesse tipo de inteiração, umas das espécies também não é nem prejudicada e nem beneficiada.
Outro exemplo comum é entre o peixe palhaço que vive associado às anêmonas do mar, eles buscam nessa associação principalmente proteção, mas por qual motivo isso ocorre? Isso ocorre, pois as anêmonas do mar possuem uma espécie de tentáculos e esses mesmos tentáculos contem células urticantes que produzem uma substância que queima outros peixes e também predadores das anêmonas, essa substância serve como defesa e a ajuda a anêmona capturar o alimento, pois a substância urticante paralisa as presas, para o peixe palhaço essa substância não possui nenhum efeito, e por isso, ele consegue sobreviver entre os tentáculos da anêmona.
Portanto, há também uma relação de inquilinismo e comensalismo.
VOCÊ SABIA?
- Você sabia que a origem da palavra “inquilinismo” deriva do latim “ inquilínus” que significa “ Locatário ou arrendário”, em outras palavras, essa expressão também pode ser traduzida como “ morar”, palavra essa que advem de “ colere”.
Em linhas gerais, é usada para traduzir aqueles que residem em moradias que não lhes pertencem, assim, como é o caso das relações do inquilinismo.
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SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Geralmente essa matéria é ensinada no 6ª ano do ensino fundamental e para melhor visualização dos processos de relações ecológicas entre as diversas espécies é muito bacana criar atividades em que essas mesmas relações podem ser visualizadas ou até mesmo virar uma espécie de jogo, possibilitando assim uma maior inteiração entre os alunos e professores:
Iremos precisar:
- Imagens de espécies de animais ou plantas que praticam as relações ecológicas que podem ser retiradas da própria internet ou livros;
- Cartolinas;
- Tesoura;
- Cola;
- E o próprio lápis, para a identificação de cada espécie.
Pegue as imagens e corte cada animal e plantas juntamente com os alunos, depois disso cole na cartolina formando as principais relações ecológicas, não esquecendo de mencionar o nome de cada espécie e o tipo de relação existente , para ficar mais fácil, aponte flechas entre as relações para o melhor compreendimento, formando uma espécie de quebra-cabeça.
Bacana, não é?
Ou nessa atividade o professor e os alunos podem seguir uma espécie de perguntas ou respostas formando uma cruzadinha, escrita ou de imagens, como mesmo vimos o exemplo da cartolina.
Tudo depende da escolha e o nível de inteiração em cada atividade, divirta-se!