Bartolomeu de Gusmão

Biografia de Bartolomeu de Gusmão

O clérigo e inovador nascido no Brasil, Bartolomeu de Gusmão (1685-1724), marcou a história ao construir o primeiro balão do mundo. O protótipo foi revelado na presença do monarca luso, D. João V, no Palácio Real, especificamente na sala dos diplomatas, perante nobres e oficiais da corte. Gusmão prometeu que o aparelho seria capaz de navegar pelo céu e transportar indivíduos, suprimentos e cargas militares. Ele ganhou fama como “O padre voador”.

Em Santos, no estado de São Paulo, no dia 18 de dezembro de 1685, veio ao mundo Bartolomeu Lourenço de Gusmão, filho de Francisco Lourenço Rodrigues, o cirurgião-mor, e de Maria Álvares. O casal teve uma prole de doze, dos quais oito seguiram o caminho da fé.

Formação

Bartolomeu compartilhou os primeiros passos na educação com seu irmão ilustre, o estadista e diplomata Alexandre de Gusmão, no Seminário Jesuíta de Belém da Cachoeira, na Bahia, local onde abraçou a vida religiosa e foi ordenado sacerdote.

No seminário, sob a tutela de um diretor influente, ele e seu irmão Alexandre adotaram o sobrenome Gusmão.

Já em 1701, Bartolomeu mudou-se para a capital portuguesa, Lisboa, para avançar seus estudos em Direito Canônico na Universidade local, e onde, posteriormente, se ordenou como Sacerdote.

Primeiro balão aerostático

Bartolomeu começou a desenvolver seu ambicioso projeto de balão. Em abril de 1709, solicitou permissão ao rei D. João V para realizar um experimento pioneiro no Palácio Real.

Na expectativa da demonstração prenunciada, denominada “Um instrumento para andar no ar”, D. João V, junto a nobres e autoridades, presenciou na sala dos diplomatas.

De um recanto do aposento, um modesto balão de papel, estruturado como uma pirâmide e sustentado por uma armação de arame, e aquecido por uma fonte interna de fogo, ascendeu a 4,60 metros de altura, assinalando o advento do primeiro balão aerostático do planeta.

Desde aquele momento marcante, Bartolomeu adquiriu a alcunha de “Padre Voador”.

Perseguição

A trajetória de Bartolomeu de Gusmão foi marcada por adversidades, sobretudo a perseguição pela Inquisição, que o acusou de manter laços com judeus. Ele se viu forçado a fugir para a Holanda, onde continuou suas investigações com lentes.

Posteriormente, em terras francesas, ele se dedicou à venda de medicamentos de sua própria fabricação pelas ruas de Paris.

Outras invenções

Dotado de uma mente sempre em busca de novidades, Bartolomeu não se limitou a uma única criação. Foi o autor de várias outras inovações, como um moinho de eficiência superior aos da sua era, bem como um mecanismo de lentes que concentrava a luz solar para cozinhar alimentos, uma ideia inspirada nos princípios de Arquimedes.

Diplomata

Com uma sólida formação em Direito e reconhecido pela sua eloquência, Bartolomeu destacou-se nos tribunais, fez parte da Academia Real de História e empreendeu missões diplomáticas com o respaldo de D. João V.

Em 1711, realizou uma viagem de caráter diplomático a Roma e, após seu regresso, foi designado Secretário dos Estrangeiros.

Infelizmente, Bartolomeu de Gusmão também enfrentou escárnio por parte dos fidalgos e inquisidores que enxergavam em suas inovações uma forma de bruxaria. Foi impelido a fugir mais uma vez, desta vez para a Espanha. No entanto, durante sua viagem até Toledo, foi atingido por uma febre severa da qual não se recuperou.

Bartolomeu de Gusmão veio a falecer em Toledo, na Espanha, no dia 18 de novembro de 1724.


(Resumo) Biografia de Bartolomeu de Gusmão

Bartolomeu de Gusmão, nascido em 1685 em Santos, São Paulo, foi um padre e inventor brasileiro responsável pela construção do primeiro balão aerostático do mundo. Educado no Seminário Jesuíta de Belém da Cachoeira, ele e seu irmão, o estadista Alexandre de Gusmão, adotaram o sobrenome de seu protetor. Gusmão se mudou para Lisboa em 1701 para estudar Direito Canônico e foi lá que se tornou sacerdote.

Sua invenção mais famosa, o balão aerostático, foi apresentada em 1709 ao Rei D. João V e a nobres no Palácio Real em Lisboa, voando a uma altura de 4,60 metros e rendendo-lhe o apelido de “Padre Voador”. Contudo, sua vida foi também marcada por dificuldades; foi perseguido pela Inquisição por supostamente se associar a judeus, o que o forçou a fugir para a Holanda e mais tarde para a França, onde vendia medicamentos nas ruas de Paris.

Além do balão, Gusmão inventou um moinho de vento mais eficiente e um sistema de lentes para cozinhar carne ao sol. Ele também teve uma carreira diplomática, atuando nos tribunais e sendo membro da Academia Real de História, e chegou a ser nomeado Secretário dos Estrangeiros após uma missão em Roma em 1711.

As invenções de Gusmão muitas vezes eram ridicularizadas como feitiçaria, o que contribuiu para uma vida de fuga e perseguição. Em uma de suas fugas para a Espanha, foi acometido por uma febre e faleceu em Toledo em 18 de novembro de 1724.