Xenófanes

Xenófanes de Cólofon, (570 a.C-475 a.C) foi um filósofo pré-socrático de grande importância para a filosofia, teve grande influência sobre as principais ideias acerca do imobilismo. Xenófanes fez parte da fundação da escola Eleática, juntamente com Parmênides, Zenão e Milisso, grandes nomes da filosofia pré-socrática, a escola tinha como principal parâmetro de pensamento o valor do conhecimento sensível e o conhecimento racional.

BREVE BIOGRAFIA

O filósofo pré-socrático Xenófanes nasceu em 570 a.C na cidade de Cólofon, lugar esse que é conhecido nos dias atuais como Turquia, o mesmo veio a falecer em 475 a.C.

Com a invasão dos persas na Grécia, o filósofo teve que passar os anos da sua vida exilado, com esse contexto, Xenófanes adquiriu muito conhecimento pelo caminho, tornando-se um homem muito sábio.

Durante sua vida escreveu inúmeras poesias através de inspirações adquiridas nos lugares a qual chegou a conhecer, e nesses mesmos lugares o filósofo gostava de recitar suas poesias.

A escola Eleática foi fundada com a sua ajuda no sul da Itália, com outros pensadores da época, dando o devido destaque a Parmênides e Zenão. Xenófanes foi mestre de Parmênides de Eleia, considerado um grande filósofo da filosofia antiga.

A filosofia começou a se desenvolver no contexto naturalista, a qual começou a surgir às primeiras concepções da busca do conhecimento das coisas do mundo. Xenófanes morreu com 90 anos de idade deixando uma vasta contribuição a filosofia.

PRINCIPAIS PENSAMENTOS

O filósofo foi o primeiro grego a observar vestígios de fosseis de conchas e peixes em lugares distantes do mar, ou seja, ele percebeu que era possível ter existido água em locais secos, é a partir desse elemento que Xenófanes começa a elaborar sua teoria sobre a natureza, chegando à conclusão que as coisas são feitas de terra e água. O mesmo acreditava que tudo vem da terra e para a terra volta.

O mesmo também foi um grande defensor da inteligência e a razão, pois para ele, a força física não deveria estar acima da inteligência, da capacidade de pensar sobre as coisas e a partir disso obter o conhecimento essencial.

Ele criticava principalmente as esculturas gregas endeusando a beleza e a força dos deuses gregos, a presença do belo era muito importante, mas para Xenofanes, a razão e a inteligência deveriam estar acima de todo e qualquer forma de belo, ou seja, ele valorizava muito mais a razão em relação às formas físicas.  A qual ele cita:

“Não é justo usar a força contra a sabedoria”

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XENÓFANES E A CRÍTICA AOS DEUSES ANTROPOMÓRFICOS

O filósofo pré-socrático Xenófanes foi considerado um dos grandes críticos dos deuses antropomórficos, o mesmo foi o principal reformador da mitologia grega, para ele não fazia sentido que os deuses fossem baseados no antropomorfismo, ou seja, que possuíssem os mesmos formatos que os homens, para o filósofo não havia sentido, foram os seres humanos que criaram os deuses com essas características.

É importante mencionar que ele não desacreditava da existência dos deuses e sim das nuances a qual foram criados:

“Se os bois, os cavalos e os leões tivessem mãos ou pudessem pintar e realizar as obras que os homens realizam com as mãos, os cavalos pintariam imagens dos deuses semelhantes a cavalos, os bois semelhantes aos bois, e plasmariam os corpos dos Deuses semelhantes ao aspecto que tem cada um deles.”

E para Xenófanes, Deus é uno, apenas um ser, Deus é o universo e está presente em todas as coisas, ou seja, é a própria essência e o mesmo permanece, não se movimenta, é os seres humanos que criaram a dinâmica de movimentação, e Deus é muito superior a qualquer ser humano.

Para o filósofo Deus é a totalidade, ou seja, Deus é todo o universo, imóvel, e a partir dessa concepção acreditou em um universo imobilista:

“O universo é Uno, Deus, sumo entre os deuses e os homens, nem por figura nem por pensamento semelhante aos homens.”

O universo é esse Deus e tudo que compõe o conhecimento do ser humano é o próprio Deus.

Xenófanes acreditava em deuses individuais, um todo complexo, todo esse que seria a noção de Deus e divindade, e esse todo complexo é imóvel, fixo, concepção essa que levou posteriormente Parmênides e Zenão a criar teorias contra o mobilismo, ou seja, o movimento das coisas, se Deus é o todo, e se o mesmo não se movimenta, então não há possibilidade de movimento no universo, o movimento é só aparência.

IMPORTÂNCIA DE XENÓFANES NA FILOSOFIA

Xenófanes foi um grande mestre e professor de Parmênides, o mesmo colaborou com o pensamento que as coisas não mudam, elas permanecem, para ele, elas só se transformam na aparência, mas na essência, continuam as mesmas.

Era um critico principalmente do pensamento religioso da época.

Os pré- socráticos visavam à importância da busca pela verdade e buscavam encontrar respostas para origem do mundo e principalmente o surgimento do homem, que segundo Xenófanes era composto por terra e água. Para eles a verdade absoluta não existia, e sim, reafirmavam a ideia que não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.

A sabedoria do homem para o filósofo sempre será limitada em vista a magnitude do universo e o que existe nele, para ele, mesmo que alguém dispusesse de toda verdade não daria conta de todo aparato do universo, já que a aparência está colocada em todas as coisas, é por esse fato, que ate hoje, a aparência é tão importante.

As pessoas gostam de acreditar nas aparências e não em algo que não consegue ver, mas, com exceção, da fé.

TEOLOGIA DE HOMERO

O filósofo era contra a teologia de Homero, poeta e historiador grego, mas por qual motivo Xenófanes era contra?

Era contra por julgar os deuses de Homero imorais e por não acreditar que fossem antropomórficos, ou seja, semelhante ao homem.

Homero atribuiu tudo que é desprezível e vergonhoso nos seres humanos nos deuses (roubos, adultérios, mentiras) O mesmo dizia que os deuses não deveriam ter tais semelhanças, semelhanças essas que são exclusivamente humanas.

FRASES

Confira abaixo as principais frases que nortearam o seu pensamento:

“Não é justo usar a força contra a sabedoria.”

“Os etíopes dizem que os seus deuses são de pele escura e possuem o nariz achatado, os traços, que os seus são loiros e de olhos azuis.”

 “O que de belo e honesto os deuses não concedem aos homens senão o poder de muito trabalho e persistência.”

“É preciso de um sábio para reconhecer um sábio.”