O que é: Origenismo na Filosofia

O que é Origenismo na Filosofia?

O Origenismo é uma corrente filosófica que se originou no século III d.C., tendo como principal expoente o teólogo e filósofo cristão Orígenes de Alexandria. Essa corrente de pensamento teve grande influência no desenvolvimento do cristianismo primitivo e abordava uma série de questões teológicas e filosóficas.

As principais ideias do Origenismo

Uma das principais ideias do Origenismo é a crença na preexistência das almas. Segundo Orígenes, as almas humanas existiam antes de serem encarnadas e passavam por um processo de purificação e aperfeiçoamento ao longo de várias encarnações. Essa crença era baseada na ideia de que a alma é imortal e está em constante busca pela união com Deus.

Além disso, o Origenismo também defendia a existência de um princípio divino presente em todas as coisas, conhecido como Logos. Esse princípio era considerado a manifestação do divino no mundo material e era responsável pela ordem e harmonia do universo.

A relação entre o Origenismo e a filosofia grega

Uma das características marcantes do Origenismo é a sua influência da filosofia grega, especialmente do platonismo. Orígenes foi profundamente influenciado pelos ensinamentos de Platão e incorporou muitos de seus conceitos em sua filosofia.

Por exemplo, a ideia de que a alma humana é imortal e passa por um processo de purificação ao longo de várias encarnações é semelhante à crença na metempsicose, presente no platonismo. Além disso, a concepção do Logos como princípio divino também tem semelhanças com a noção de Formas ou Ideias de Platão.

A controvérsia em torno do Origenismo

O Origenismo foi alvo de muitas controvérsias ao longo da história do cristianismo. Algumas de suas ideias foram consideradas heréticas e foram condenadas pela Igreja. Isso se deve, em parte, ao fato de que algumas das crenças do Origenismo entravam em conflito com os dogmas estabelecidos pela Igreja.

Por exemplo, a ideia de que todas as almas humanas são preexistentes e passam por um processo de purificação ao longo de várias encarnações entra em conflito com a crença na criação da alma no momento da concepção, defendida pela Igreja. Além disso, a concepção do Logos como princípio divino também foi alvo de críticas, pois poderia ser interpretada como uma forma de panteísmo.

A influência do Origenismo no cristianismo primitivo

Mesmo com as controvérsias em torno de suas ideias, o Origenismo teve uma influência significativa no desenvolvimento do cristianismo primitivo. Muitos dos conceitos e ideias defendidos por Orígenes foram adotados por outros teólogos e filósofos cristãos e tiveram um impacto duradouro na teologia cristã.

Por exemplo, a ideia da preexistência das almas foi adotada por alguns grupos cristãos e influenciou a concepção de pecado original e salvação. Além disso, a concepção do Logos como princípio divino também foi incorporada à teologia cristã e teve um papel importante no desenvolvimento da doutrina da Trindade.

O legado do Origenismo

O Origenismo deixou um legado duradouro na história da filosofia e do cristianismo. Apesar das controvérsias em torno de suas ideias, Orígenes foi um dos primeiros teólogos a tentar conciliar a filosofia grega com a teologia cristã, abrindo caminho para o desenvolvimento do pensamento cristão ao longo dos séculos.

Além disso, muitos dos conceitos e ideias defendidos pelo Origenismo continuam a influenciar o pensamento teológico e filosófico até os dias de hoje. A crença na preexistência das almas, por exemplo, ainda é defendida por alguns grupos religiosos e filosóficos.

Conclusão

Em resumo, o Origenismo é uma corrente filosófica que teve um papel importante no desenvolvimento do cristianismo primitivo. Suas ideias, como a crença na preexistência das almas e a concepção do Logos como princípio divino, influenciaram não apenas a teologia cristã, mas também a filosofia em geral. Apesar das controvérsias em torno de suas ideias, o Origenismo deixou um legado duradouro na história do pensamento humano.