Antoine Lavoisier

Biografia de Antoine Lavoisier

Antoine Lavoisier, um renomado cientista francês nascido em Paris, França, em 26 de agosto de 1743, deixou um legado impressionante no mundo da ciência. Filho de um abastado comerciante e proprietário de terras, Lavoisier perdeu sua mãe em uma idade tenra e foi criado por seu pai e uma tia solteira.

Educação e Interesses

Embora inicialmente tenha estudado Direito, seu verdadeiro interesse sempre foi a ciência. Ele frequentava entusiasticamente as aulas de Química ministradas pelo professor Bourdelian e ficava fascinado com as experiências conduzidas. O encontro com o naturalista sueco Lineu desempenhou um papel crucial na determinação de sua futura carreira científica.

Contribuições em Diversos Campos

A trajetória de Lavoisier incluiu diversas incursões em áreas que vão além da Química. Ele desempenhou papéis importantes na Fisiologia, Economia, Finanças, Agricultura, Administração Pública e Educação.

Serviço Público

Desde uma idade precoce, Lavoisier já se destacava. Aos 22 anos, ele recebeu a medalha de ouro da Academia de Ciências da França por seu plano inovador de iluminação das ruas de Paris, vencendo um concurso para essa finalidade.

Em 1768, tornou-se membro da Academia de Ciências da França, sendo reconhecido por seus estudos geológicos na França e suas pesquisas sobre a gipsita e o gesso de Paris.

No ano seguinte, em 1769, assumiu o cargo de “Fermier General”, o principal arrecadador de impostos da monarquia francesa.

Durante a Revolução Norte-Americana, Lavoisier fundou uma empresa estatal de produção de pólvora, resultando em um aumento significativo na produção do país e permitindo que a França apoiasse os rebeldes nas colônias norte-americanas.

Em 1776, ele foi nomeado administrador das fábricas reais de pólvora e salitre da França.

Contribuições Científicas de Lavoisier

As primeiras investigações científicas de Lavoisier concentraram-se na determinação das variações de peso em substâncias queimadas. Ele demonstrou que essas variações eram causadas por um gás semelhante ao ar atmosférico, que Joseph Priestley chamou de “ar perfeito”, mas que Lavoisier denominou “oxigênio”. Em 1777, Lavoisier conseguiu decompor o ar em oxigênio e nitrogênio, e depois reconstituí-lo a partir desses elementos.

Lavoisier realizou experimentos meticulosos, medindo as massas das substâncias antes e depois das reações químicas. Ele observou que a massa total das substâncias permanecia constante quando as reações ocorriam em um ambiente fechado. Foi com base nessa observação que Lavoisier formulou a famosa lei da conservação da matéria: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”

Além disso, Lavoisier desenvolveu balanças extremamente precisas, reconhecendo a importância da precisão na determinação dos pesos dos ingredientes e produtos químicos.

Reviravolta na Teoria do Flogisto

Na época, muitos cientistas buscavam explicar a natureza do fogo, e algumas civilizações adoravam o fogo como uma divindade. Lavoisier desacreditou a teoria do flogisto, uma substância hipotética imaginada por químicos da época para explicar a combustão.

Trabalhando nas experiências de Henry Cavendish com o “ar inflamável”, que, quando queimado, produzia água, Lavoisier lançou uma nova luz sobre a questão. Ele identificou o “ar inflamável” como hidrogênio, explicando que a água é composta por dois gases, oxigênio e hidrogênio, uma revelação que desafiou as crenças convencionais da época.

Contribuições em Fisiologia e Agricultura

Além de suas proezas na Química, Lavoisier também fez avanços notáveis na Fisiologia e Bioquímica. Suas experiências rigorosas envolvendo cobaias permitiram-lhe medir com precisão o consumo de oxigênio e a produção de dióxido de carbono por esses animais. Ele foi o primeiro a demonstrar que o calor no corpo humano resulta de um processo de “queima” contínua que ocorre quando alimentos e oxigênio se combinam.

Lavoisier também tinha um forte interesse pela agricultura e possuía uma extensa fazenda em Le Bourget. Ele demonstrou a importância dos fertilizantes na agricultura, contribuindo para o avanço desse campo.

Atuação Política

Além de suas realizações científicas, Lavoisier também se envolveu na política, representando o Terceiro Estado no Parlamento Provincial de Orleans de 1789 até o início da Revolução Francesa. Ele expressou suas ideias democráticas com as palavras: “A felicidade não deve ser reservada a um grupo seleto, ela pertence a todos.”

Em 1790, Lavoisier foi nomeado comissário do Tesouro Nacional e, no mesmo ano, integrou a comissão encarregada de estabelecer um novo sistema de pesos e medidas para a França.

Casamento e Parceria Científica

A vida pessoal de Lavoisier também é notável. Por meio de um colega da organização de arrecadação de impostos, ele conheceu Marie-Anne Pierrelle, que tinha apenas 14 anos na época. Em 16 de dezembro de 1771, eles se casaram, e Marie tornou-se a secretária e assistente de Lavoisier.

Marie aprendeu inglês e latim e traduziu os artigos originais de cientistas ingleses, como Priestley e Cavendish. Ela também desenhava ilustrações para os livros de seu marido.

A Explosão e o Trágico Fim

Durante experimentos com pólvora, Lavoisier e Marie quase perderam a vida em uma explosão que custou a vida de dois de seus colegas.

No entanto, o destino trágico de Lavoisier estava traçado. Em 1793, ele entrou em conflito com Jean-Paul Marat, um dos líderes do período de terror que se seguiu à Revolução Francesa, quando recusou um tratado químico proposto por Marat à Academia de Ciências.

Marat denunciou Lavoisier, resultando na prisão de todos os membros da organização de arrecadação de impostos, que foram acusados de roubar o povo. Mesmo com petições em seu nome, alegando sua grande contribuição para a ciência, Lavoisier foi condenado à guilhotina e executado em Paris em 8 de maio de 1794. Seu corpo foi lançado em uma vala comum.

Em 1796, o governo francês reconheceu a importância de Lavoisier e realizou um funeral de honra em sua memória, prestando homenagens a esse grande cientista que revolucionou a Química e deixou um legado duradouro na ciência.

Resumo da Biografia de Antoine Lavoisier

Antoine Lavoisier (1743-1794) foi um cientista francês pioneiro na Química moderna. Nasceu em Paris e teve uma educação diversificada, embora tenha estudado Direito, seu verdadeiro interesse era a ciência.

Ele desempenhou papéis significativos em diversos campos, incluindo Economia, Finanças, Agricultura e Administração Pública, além de ser uma figura política importante na França.

Lavoisier fez importantes descobertas científicas, incluindo a identificação do oxigênio e a formulação da lei da conservação da matéria (“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”).

Ele também desafiou a teoria do flogisto, explicando a natureza da combustão e identificando o hidrogênio.

Lavoisier contribuiu para a Fisiologia ao demonstrar como o corpo humano produz calor através da queima de alimentos e oxigênio.

Ele tinha um forte interesse na agricultura e promoveu a importância dos fertilizantes.

Lavoisier também desempenhou um papel político na Revolução Francesa e defendeu ideais democráticos.

Sua parceria com sua esposa Marie-Anne Pierrelle, que traduziu artigos científicos e criou ilustrações para seus livros, foi notável.

Tragicamente, Lavoisier foi condenado à guilhotina durante o período do terror da Revolução Francesa, mas seu legado na ciência continua sendo uma parte crucial da história da Química.