Quietismo :O que é, significado

O quietismo é uma corrente filosófica e espiritual que surgiu no século XVII, na Europa, e teve como principal expoente o padre Miguel de Molinos. Essa corrente propõe uma forma de vida contemplativa e passiva, na qual o indivíduo busca a paz interior e a união com Deus através da renúncia das vontades e a aceitação plena da vontade divina. Neste glossário, iremos explorar em detalhes o significado e os principais conceitos do quietismo.

Origem e contexto histórico

O quietismo surgiu em um período marcado por profundas transformações sociais, políticas e religiosas na Europa. No século XVII, a Reforma Protestante havia dividido a cristandade ocidental, e a Contrarreforma católica buscava reafirmar a autoridade da Igreja. Nesse contexto, o quietismo se destacou como uma resposta espiritual e filosófica às tensões e conflitos da época.

Principais conceitos e ensinamentos

O quietismo propõe a busca pela paz interior e a união com Deus através da contemplação e da renúncia das vontades individuais. Segundo essa corrente, a alma humana deve se desapegar das preocupações mundanas e das paixões terrenas, buscando uma entrega total à vontade divina. O quietismo enfatiza a importância da passividade e da resignação diante dos acontecimentos, acreditando que a ação humana muitas vezes pode ser um obstáculo para a comunhão com o divino.

Um dos principais conceitos do quietismo é a “quietude da alma”, que consiste na busca pelo silêncio interior e pela tranquilidade espiritual. Através da quietude, o indivíduo seria capaz de alcançar um estado de paz profunda e de comunhão com Deus. Essa busca pela quietude é acompanhada pela prática da oração contemplativa, que permite ao indivíduo se conectar com o divino de forma mais profunda e íntima.

Controvérsias e críticas

O quietismo foi alvo de diversas críticas e controvérsias ao longo da história. Alguns teólogos e autoridades religiosas consideravam essa corrente como uma forma de passividade excessiva, que poderia levar à negligência das responsabilidades e deveres do indivíduo na sociedade. Além disso, o quietismo foi acusado de negar a importância das obras e da ação humana na busca pela salvação.

Essas críticas culminaram na condenação do quietismo pela Igreja Católica em 1687, através da bula “Coelestis Pastor”. A partir desse momento, o quietismo foi considerado uma heresia e seus seguidores foram perseguidos e reprimidos. Apesar disso, a influência do quietismo se estendeu por séculos, influenciando pensadores e místicos de diferentes tradições religiosas.

Legado e influências

Mesmo após a condenação pela Igreja Católica, o quietismo deixou um legado importante na história do pensamento religioso e filosófico. Sua ênfase na busca pela paz interior, na contemplação e na renúncia das vontades individuais influenciou diversas correntes espirituais e filosóficas posteriores.

Além disso, o quietismo teve um papel significativo no desenvolvimento da espiritualidade cristã, influenciando a mística e a teologia contemplativa. Seus ensinamentos sobre a importância da quietude e da entrega total à vontade divina continuam a ser estudados e praticados por muitos buscadores espirituais nos dias de hoje.

Quietismo na atualidade

Embora o quietismo tenha sido condenado pela Igreja Católica e tenha perdido sua relevância como corrente filosófica e espiritual dominante, seus ensinamentos e conceitos ainda são estudados e praticados por muitas pessoas na atualidade. O desejo de encontrar paz interior e de buscar uma conexão mais profunda com o divino continua a ser uma aspiração humana universal.

Hoje em dia, existem diversas práticas e correntes espirituais que se inspiram no quietismo, adaptando seus ensinamentos para os desafios e demandas da vida contemporânea. Essas práticas incluem meditação, mindfulness e outras técnicas de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

Conclusão

O quietismo é uma corrente filosófica e espiritual que propõe a busca pela paz interior e a união com Deus através da contemplação e da renúncia das vontades individuais. Seus ensinamentos e conceitos continuam a ser estudados e praticados por muitas pessoas na atualidade, influenciando diversas correntes espirituais e filosóficas. Apesar das críticas e controvérsias que enfrentou ao longo da história, o quietismo deixou um legado importante na busca pela paz interior e na conexão com o divino.