Biografia de Antonio Nóbrega
Antonio Nóbrega (1952) é um talentoso artista brasileiro que desempenha papéis diversos, incluindo músico, cantor, ator e defensor fervoroso da rica cultura popular do Nordeste do Brasil.
Nascido em Recife, Pernambuco, em 2 de maio de 1952, Antonio Carlos Nóbrega é filho do respeitado médico clínico geral, seu João, e da dedicada dona de casa dona Celestina. Seu relacionamento com as artes começou cedo, aos 12 anos, quando ingressou na Escola de Belas Artes do Recife. Lá, mergulhou nas melodias do violino clássico e nas notas do canto lírico. Durante os anos de 1968 a 1970, ele desfrutou de sua participação na Orquestra de Câmara da Paraíba e na Orquestra Sinfônica do Recife.
Apesar de sua formação acadêmica, Antonio não tinha ainda se aventurado na rica tapeçaria da chamada cultura popular. Inicialmente, ele era membro de um grupo de música popular, onde tocava músicas dos Beatles, Jovem Guarda e MPB com suas irmãs. Contudo, em 1971, durante uma apresentação memorável de um concerto de Bach com seu violino, seu talento chamou a atenção do ilustre escritor Ariano Suassuna. Suassuna o convidou para integrar o Quinteto Armorial, o braço musical do Movimento Armorial, uma visão de Ariano que preconizava a fusão da música de câmara erudita com raízes profundas na cultura popular. Este grupo incluía o talentoso músico Antônio Madureira entre seus membros.
A partir de 1976, Antonio Nóbrega começou a forjar um estilo singular, criando espetáculos que fundiam a música da cultura popular com as vibrantes expressões cênicas das manifestações populares do Nordeste brasileiro, incluindo o cavalo-marinho, o caboclinho e o bumba meu boi, e adicionando o ritmo contagiante do frevo, coco, maracatu, entre outros. Além de sua habilidade excepcional como cantor, dançarino e músico de violino e rebeca, ele encenava apresentações vívidas e coloridas.
Em 1983, Antonio Nóbrega fez a mudança para São Paulo, onde estabeleceu o “Teatro Escola Brincante”. Nesse espaço, ele ofereceu oficinas envolvendo circo, dança e música popular. Entre 2004 e 2005, em colaboração com sua esposa Rosane Almeida e o cineasta Belisário Franca, ele produziu uma série de programas chamada “Danças Brasileiras”, exibida no Canal Futura.
Em 1999, Nóbrega levou seu talento internacionalmente ao Festival D’Avignon, na França, com o espetáculo “Pernambouc”, especialmente preparado para o evento. Em 2000, ele encantou o público em Lisboa com o espetáculo “O Marco do Meio-Dia”, que também fez sucesso em Paris, Hannover e em mais de vinte cidades brasileiras.
Antonio Nobrega brilhou em diversos espetáculos de música, dança e teatro, incluindo títulos como “Bandeira do Divino” (1976), “A Arte da Cantoria” (1981), “O Maracatu Misterioso” (1982), “O Reino do Meio-Dia” (1989), “Figural” (1990), “Na Pancada do Ganzá” (1995), “Madeira Que Cupim Não Rói” (1997), “Pernambuco Falando Para o Mundo” (1998), “O Marco do Meio Dia” (2000), “Lunário Perpétuo” (2002), “Nove de Fevereiro” (2005), “Passo” (2008), “Naturalmente” (2009), “Lua” (2012), “Pai” (2015) e “Música/Recital Ariano” (2015).
Ao longo de sua carreira, Antonio Nobrega também gravou diversos álbuns notáveis, incluindo “Na Pancada do Ganzá” (1995), “Madeira Que Cupim Não Rói” (1997), “Pernambuco Falando Para o Mundo” (1998), “O Marco do Meio Dia” (2001), “Lunário Perpétuo” (lançado em CD e DVD em 2002) e “Nove de Fevereiro” (lançado em CD e DVD em 2005).
Em 2014, o Carnaval do Recife prestou uma homenagem calorosa a Antonio Nóbrega. Nesse mesmo ano, ele lançou o filme “Brincante”, que narra sua inspiradora jornada artística. Em 2015, “Brincante” conquistou o cobiçado Prêmio de “Melhor Filme do Ano na Categoria Documentário”. Em 2016, marcou o início de uma nova era com a inauguração da impressionante nova sede do “Instituto Brincante” na Vila Madalena, São Paulo.
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