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Alice Dayrell Caldeira Brant

Biografia de Alice Dayrell Caldeira Brant

Alice Dayrell Caldeira Brant – Uma Escritora Brasileira que Deixou um Legado Literário

Nascida em Diamantina, Minas Gerais, em 28 de agosto de 1880, Alice Dayrell Caldeira Brant (1880-1970) foi uma renomada escritora brasileira cuja obra mais conhecida foi criada sob o pseudônimo de Helena Morley, intitulada “Minha Vida de Menina”.

Vindo de uma família de tradições católicas fervorosas, Alice era filha de um pai inglês e uma mãe mineira. Durante os anos de 1893 a 1895, quando tinha entre 13 e 15 anos, ela decidiu registrar seu cotidiano em um diário, seguindo o conselho de seu pai. Essa prática diária tornou-se um valioso registro de sua vida familiar e escolar em Diamantina. Dotada de inteligência e perspicácia, Alice adicionava toques de humor e malícia a cada evento narrado.

Em suas anotações, Alice descrevia o escândalo causado pelas paixões de seus pais, que escolheram livremente se casar, algo que não era comum na época. Ela também abordava a avareza dos parentes ricos que não entendiam a obstinação de seu pai em buscar diamantes nas minas praticamente esgotadas de Diamantina. Outro aspecto interessante era o retrato das relações sociais da época, com os escravos livres ainda sendo tratados como agregados na casa de sua avó. A jovem escritora também fazia observações sobre suas amigas, vizinhos, padre e professores, oferecendo uma perspectiva viva e inteligente.

Anos depois, em 1942, o diário de Alice, sob o pseudônimo de Helena Morley, foi publicado com o título “Minha Vida de Menina”. O livro logo recebeu reconhecimento por seu valor literário e histórico, sendo considerado uma das melhores obras do Brasil do século XIX. Apesar de escrito com a inocência típica dos diários de jovens garotas, a obra apresentava um retrato das contradições sociais, das festas religiosas e do racismo da época, tudo escrito em uma linguagem franca, repleta de humor e empatia.

A importância da obra foi ressaltada por críticos renomados, como Roberto Schwarz, que a comparou, em termos de relevância no século XIX, apenas à obra de Machado de Assis. Encantada com o livro, a poetisa Elizabeth Bishop tomou a iniciativa de traduzi-lo para o inglês nos anos 50. O escritor Guimarães Rosa também elogiou a obra, considerando-a um “poderoso exemplo de reconstrução literal da infância”.

A fama da obra perdurou, e em 2004, “Minha Vida de Menina” ganhou uma adaptação cinematográfica dirigida por Helena Solberg, com a trilha sonora de Wagner Tiso. Ludmila Dayer interpretou a protagonista, Helena Morley, e o filme contou com a participação de outros talentosos atores, como Daniela Escobar e Dalton Vigh.

Além de sua obra literária, Alice Dayrell Caldeira Brant deixou para trás uma rica correspondência que trocou com parentes e pessoas próximas durante o período em que acompanhou seu marido, o advogado e político Augusto Mário Caldeira Brant, durante o exílio político na Europa e, posteriormente, na Argentina.

No dia 20 de junho de 1970, Alice Dayrell Caldeira Brant faleceu no Rio de Janeiro, mas seu legado literário continua vivo, influenciando gerações e cativando leitores com sua perspicácia, humor e sensibilidade ao retratar a vida em tempos passados.

Resumo da Biografia de Alice Dayrell Caldeira Brant

Alice Dayrell Caldeira Brant (1880-1970) foi uma escritora brasileira conhecida por seu pseudônimo “Helena Morley”. Nascida em Diamantina, Minas Gerais, em 1880, ela escreveu um diário entre 1893 e 1895, retratando sua vida familiar e escolar com inteligência e humor.

Após cursar a Escola Normal, ela se casou com o advogado e político Augusto Mário Caldeira Brant e tiveram cinco filhos juntos. Seu diário foi publicado em 1942 como “Minha Vida de Menina” e foi aclamado por seu valor literário e histórico, oferecendo uma visão das contradições sociais e do racismo da época.

A obra foi comparada a escritos de Machado de Assis e ganhou atenção internacional, com Elizabeth Bishop traduzindo-a para o inglês. Em 2004, o livro inspirou uma adaptação cinematográfica dirigida por Helena Solberg.

Além de sua obra literária, Alice deixou uma rica correspondência trocada durante o período em que acompanhou seu marido no exílio político na Europa e na Argentina.

Alice Dayrell Caldeira Brant faleceu em 1970, mas seu legado literário continua a fascinar leitores com sua perspicácia e calor humano, apresentando um retrato vívido da vida em tempos passados.

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