Biografia de Alcântara Machado
A Vida de Alcântara Machado
Alcântara Machado (1901-1935) foi um renomado escritor brasileiro. Ele se destacou como um dos principais contistas durante o período do Primeiro Tempo Modernista. A temática central de seus contos era a vida dos imigrantes italianos e seus esforços para se integrarem em São Paulo, o que também influenciou seu estilo de escrita.
Antônio de Alcântara Machado nasceu em 25 de maio de 1901, na cidade de São Paulo. Sua família era bem conceituada, e seu pai era escritor e professor na Faculdade de Direito de São Paulo.
Embora tenha se formado em direito em 1924, Alcântara Machado não exerceu a profissão. Durante seus estudos, ele começou a se dedicar ao jornalismo.
Carreira Literária
Em 1925, Alcântara Machado viajou para a Europa em busca de inspiração para seu primeiro livro, intitulado Pathé Baby (1926), que teve prefácio escrito por Oswald de Andrade.
No mesmo ano, juntamente com Paulo Prado, Couto de Barros e outros, ele fundou a revista Terra Roxa e Outras Terras.
Alcântara Machado escrevia contos sentimentais e irônicos que eram publicados em jornais, e escolheu como temática principal a vida dos imigrantes italianos que se estabeleciam nos bairros paulistanos do Brás, Bexiga e Barra Funda, frequentemente utilizando expressões italianas.
Em 1928, ele lançou seu primeiro livro de contos, “Brás, Bexiga e Barra Funda”, que retrata a imigração italiana para a cidade de São Paulo. Essa obra revelou seu talento extraordinário na arte da narrativa curta.
Os contos presentes no livro são marcados pela abordagem modernista, com fragmentação dos episódios, descrição minuciosa da cidade de São Paulo e o uso de nomes exóticos para os personagens. No início do livro, ele escreve:
“Então, os navios transatlânticos trouxeram à Europa outras raças aventureiras. Entre elas, uma alegria pisou na terra paulista, cantando, e ali floresceu e se espalhou como aquela planta imigrante que, há duzentos anos, veio fundar a riqueza brasileira:
Do encontro entre a gente imigrante e o ambiente, entre a gente imigrante e os indígenas, surgiram os novos mestiços.
Nasceram os pequenos italianos.
O Gaetano.
A Carmela.
Brasileiros e paulistas. Até mesmo bandeirantes.
E o colosso continuou a se expandir…”
No seu segundo livro de contos, intitulado Laranja da China (1929), o autor substitui os imigrantes italianos pelos luso-brasileiros. Ele continuou a explorar o cotidiano e seus detalhes, mantendo seu estilo conciso e objetivo.
Cada conto desse livro traz um título que faz uma espécie de paródia, como “O Revoltado Robespierre”, “O Lírico Lamartine”, “O Aventureiro Ulisses” e “A Apaixonada Elena”.
Em 1929, Alcântara Machado se juntou a Oswald de Andrade na fundação da “Revista de Antropofagia”, demonstrando seu estilo moderno.
Em 1931, em parceria com Mário de Andrade e Paulo Prado, ele dirigiu a Revista Hora. Além de sua dedicação à literatura, Alcântara Machado também se interessava pela história, tendo escrito alguns estudos, incluindo um sobre seu avô Basílio Machado e outro sobre o Padre Anchieta.
Apesar de não ter alcançado grande sucesso em vida, Alcântara Machado foi valorizado por gerações posteriores.
Antônio Machado faleceu em 14 de abril de 1935, na cidade de São Paulo.
Obras de Alcântara Machado
- Pathé Baby, romance, 1926
- Brás, Bexiga e Barra Funda, contos, 1928
- Laranja da China, contos, 1929
- Mana Maria, romance, 1936, póstuma
- Cavaquinho e Saxofone, ensaio, 1940, póstuma