Biografia de Alberto de Oliveira
Antônio Mariano Alberto de Oliveira, nascido em 28 de abril de 1857, foi um renomado professor brasileiro e poeta do movimento literário Parnasianismo. Ele é amplamente reconhecido como o parnasiano mais refinado e foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Alberto de Oliveira nasceu em Palmital do Saquarema, no Rio de Janeiro, filho de José Mariano de Oliveira, um mestre de obras, e Ana de Oliveira. Ele frequentou uma escola pública na vila Nossa Senhora de Nazaré para sua educação primária e mais tarde estudou Humanidades em Niterói. Em 1883, graduou-se em Farmácia e também estudou Medicina, onde se tornou colega de Olavo Bilac.
Início na Literatura
Enquanto ainda era estudante, Alberto de Oliveira fez sua estreia na literatura com a publicação de “Canções Românticas” em 1878, embora ainda não adotasse plenamente os princípios parnasianos. A partir de 1884, ele se juntou ao movimento parnasiano e logo se tornou conhecido como “O Mestre do Parnasianismo”. Seguindo as novas diretrizes estabelecidas, ele publicou a obra intitulada “Meridionais” em 1884.
Alberto de Oliveira trabalhou como farmacêutico e, em 1889, casou-se com Maria da Glória Rebelo Moreira, viúva, em Petrópolis. O casal teve um filho. Em 1892, ele foi nomeado oficial de gabinete do primeiro presidente do Estado do Rio de Janeiro, José Tomás da Porciúncula.
Entre 1893 e 1898, Alberto de Oliveira ocupou o cargo de diretor geral da Instrução Pública do Rio de Janeiro. Ele também foi professor de Português e Literatura Brasileira no Colégio Pio-Americano e na Escola Normal. Em 1897, ele foi um dos sócios fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Características da Obra de Alberto de Oliveira
A poesia do final do século XIX passou por grandes transformações, abandonando o estilo coloquial do romantismo para seguir novos caminhos traçados pelo Parnasianismo.
O escritor parnasiano se dedicava a temas descritivos, como paisagens, objetos e cenas históricas, que preenchiam seus poemas com formas rígidas e versos perfeitamente estruturados.
A poesia parnasiana utiliza uma linguagem objetiva, buscando conter as emoções e alcançar a perfeição formal. Seus temas são universais, incluindo a natureza, o tempo, o amor, objetos de arte e, acima de tudo, a própria poesia.
A “tríade parnasiana” foi composta por Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, sendo este último o poeta que melhor se adaptou aos princípios parnasianos e, ao mesmo tempo, exerceu uma espécie de liderança no movimento.
A poesia de Alberto de Oliveira é fria e intelectualizada, caracterizada por um apreço pelo refinamento formal e linguístico. Ele defendA arte pela arte e, em vez de se interessar pela realidade brasileira, buscava inspiração nos modelos clássicos dos poetas barrocos e árcades portugueses.
A poesia de Alberto de Oliveira é predominantemente descritiva, exaltando a natureza, a saudade e até mesmo objetos, como podemos observar em seus sonetos intitulados “Vaso Grego”, “Vaso Chinês” e “A Estátua”.
Vaso Grego
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta, ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois… Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
(Sonetos e poemas, 1886.)
Vaso Chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?… de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
(Sonetos e poemas, 1886.)
O Poeta Eminente
No ano de 1924, em meio ao movimento do Modernismo e influenciado pela Semana de Arte Moderna, o poeta parnasiano Alberto de Oliveira foi eleito o “Poeta Eminente”, ocupando o lugar deixado por Olavo Bilac.
Apesar de ter vivido por 80 anos e testemunhado profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e literárias, Alberto de Oliveira sempre manteve sua lealdade ao Parnasianismo, sendo reconhecido como um mestre dessa estética e o mais exemplar dos poetas parnasianos.
Alberto de Oliveira faleceu em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro de 1937.
Obras de Alberto de Oliveira
- Canções Românticas (1878)
- Meridionais (1884)
- Sonetos e Poemas (1885)
- Versos e Rimas (1895)
- Poesias (1900)
- Poesias (segunda série) (1905)
- Poesias (terceira série) (1913)
- Poesias (quarta série) (1927)
- Poesias Escolhidas (1933)
Resumo da Biografia de Alberto de Oliveira
Alberto de Oliveira (1857-1937) foi um renomado poeta parnasiano e professor brasileiro, reconhecido como o mais exemplar dos parnasianos. Ele foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Nascido como Antônio Mariano Alberto de Oliveira, em 28 de abril de 1857, na cidade de Palmital do Saquarema, Rio de Janeiro, ele era filho de José Mariano de Oliveira, um mestre de obras, e Ana de Oliveira.
Alberto de Oliveira frequentou uma escola pública na vila de Nossa Senhora de Nazaré para seu ensino primário e depois estudou Humanidades em Niterói. Ele se formou em Farmácia em 1883 e também estudou Medicina até o terceiro ano, onde foi colega de Olavo Bilac.
Estreia na Literatura Ainda como estudante, Alberto de Oliveira fez sua estreia na literatura com o livro “Canções Românticas” (1878), embora ainda distante dos ideais parnasianos. A partir de 1884, ele se envolveu com o movimento parnasiano, sendo considerado “O Mestre do Parnasianismo”. Dentro das novas diretrizes, publicou a obra intitulada “Meridionais” (1884).
Alberto de Oliveira trabalhou como farmacêutico e, em 1889, casou-se em Petrópolis com Maria da Glória Rebelo Moreira, uma viúva, com quem teve um filho. Em 1892, ele foi nomeado oficial de gabinete do primeiro presidente do Estado do Rio de Janeiro, José Tomás da Porciúncula.
Entre 1893 e 1898, ele ocupou o cargo de diretor geral da Instrução Pública do Rio de Janeiro. Também foi professor de Português e Literatura Brasileira no Colégio Pio-Americano e na Escola Normal. Em 1897, ele foi um dos sócios fundadores da Academia Brasileira de Letras.