Liberalismo
O liberalismo pode ser entendido em seu conceito geral como uma doutrina que serviu de base nas revoluções contra os regimes absolutistas, regimes esses que tiveram como palco a Inglaterra e França durante o período que se estendeu do século XVII e XVIII. Além disso, pode ser também compreendido como um segmento político e social, pois compreende toda uma estrutura econômica importante.
Acima de qualquer coisa a doutrina defende principalmente a liberdade individual do ser, ou seja, o homem, além disso, apóia a democracia representativa e a divisão dos três poderes, e não podemos deixar de mencionar que o liberalismo apoia o direito a propriedade privada e por fim a livre iniciativa e concorrência.
Principais características
O liberalismo pode ser entendido como um conjunto de pensamentos que tinha como principal objetivo de extinguir a opressão do regime absolutista, fato esse que teve sua principal descoberta no século XVII, como mesmo citado.
Os seguidores do pensamento liberal defendiam que o homem, ou seja, o ser enquanto individuo de uma sociedade está assegurado em direitos naturais, pensamento esse realizado pelo filosofo inglês Jonh Locke.
Os direitos naturais asseguram naturalmente o homem a ter acesso de participar da vida publica, da economia, a garantia da propriedade privada e principalmente a acumulação de riquezas.
Por esse fato, no pensamento liberal é proibido que o estado assuma qualquer responsabilidade autoritária ou até mesmo que restrinja o acesso a liberdade e o direito de escolha.
Nesse contexto, para os liberalistas não havia justificativas para o controle da vida humana, fato esse que estava ligado à monarquia absolutista que através do direito divino concebido por Deus tinha total direito de guiar o povo.
O pensamento moderno e a sua racionalidade extinguiram esse tipo de concepção, é na razão que é possível proporcionar o crescimento dos indivíduos enquanto pessoas, ideia essa vista no iluminismo que gerou o pensamento liberal a qual é a capacidade individual de criar e evoluir.
Os tipos de liberalismo
O liberalismo pode ser entendido em dois contextos principais dentro da história, o liberalismo político que teve como principal representante o iluminista Jonh Locke (1632-1704) que tratou sobre a temática em uma das suas obras mais importante intitulada “Segundo tratado do Governo Civil”, e o liberalismo econômico defendido por ninguém menos que Adam Smith (1723-1790) sendo considerado o principal expoente do liberalismo econômico a qual tratou sobre o assunto em sua obra” A riqueza das Nações”. Vamos entender cada um deles?
O liberalismo político se baseia na liberdade individual, assim como o liberalismo social e econômico, o segmento é oposto ao estado absolutista, ou seja, defende a construção de um estado voltado a uma autonomia limitada em junção com uma base democrática representativa e com ela a divisão dos três poderes: Executivo, legislativo e judiciário.
Como sabemos a democracia representativa tem como principio fundamental a transparência a qual os eleitores elegem seus representantes através de votos para os mesmos atuarem de forma a garantir o interesse geral (sabemos que isso não acontece).
Já na base dos três poderes cada um é distintos um do outro e até mesmo vistos como interdependentes, em linhas gerais, esses mesmos poderes estão submissos as leis que respaldam os direitos e princípios fundamentais do homem.
Diante disso, Jonh Locke em sua obra ressaltou que os cidadãos possuem o direito natural de liberdade, a garantia da propriedade privada e a sua total oposição a governos tiranos, o mesmo defendia que o poder não advinha de uma origem divina.
No âmbito do liberalismo econômico defendia principalmente a não intervenção do estado na economia, assim, o papel do mesmo é apenas garantir a chamada “livre concorrência” entre as instituições empresarias, e através disso defender o direito a propriedade privada.
Alguns pensadores da economia liberalista compararam a economia com a natureza física, ou seja, ela possui uma ordem natural e imutável, e a partir disso, cabe somente ao individuo desvendá-la e atuar de acordo com os mecanismos dessa mesma ordem.
A divisão do trabalho é extremamente necessária e se faz importante para a construção de um mercado produtor e com ele o grande crescimento, crescimento esse que depende da livre concorrência e principalmente o menor custo das produções, fato esse que “obrigada” o empresário a produzir mais e buscar novos aperfeiçoamentos, esse fato se deu com a criação da termologia” Mão Invisível”, vamos entender um pouco mais?
A mão invisível
A mão invisível com toda certeza é um conceito muito conhecido e estudado nos dias atuais por muitas pessoas, a mesma foi concebida por Adam Smith considerado o mais influente pensador do liberalismo econômico.
Adam Smith defende o que ele chamou de “Mão Invisível”, ou seja, dentro do mundo da economia os indivíduos tendem a agir de forma egoísta por diversos fatores. Mas mesmo assim ainda estão dispostos a contribuir mutuamente para um bem comum, ele usa como exemplo o padeiro, açougueiro que prestam serviço e tendem a tirar algum lucro com o produto garantindo o sustento e o trabalho de outras pessoas.
Mas você deve estar se perguntando, como o pensador demonstrou esse conceito voltado para o bem comum?
- Adam Smith mencionou a teoria da oferta e da procura:
- Abundância de mercadoria + Baixa procura = Queda do preço de um determinado produto
- Mercadoria Escassa + Alta procura= Aumento do preço das mercadorias
Essa representação acima é o conceito principal da mão invisível, ou seja, se certo produtor possui uma fabrica de garrafas o mesmo está visando o lucro com a sua venda, uma vez que se produzir garrafas além da necessidade das pessoas o preço das mesmas consequentemente irá cair isso automaticamente faz com que haja um controle de produção de garrafas como a escassez da mercadoria faz com que se hajam mais procuras e o aumento do preço do produto.
Nesse fator, é necessário que a qualidade dos produtos sempre seja a maior atenção no processo de fabricação e com ela a garantia do baixo custo dos produtos, garantindo assim o sucesso econômico e consequentemente a grande prosperidade garantindo o bem comum entre todos, fato esse que adentra e viabiliza a lei natural da oferta e procura como mesmo dita.
David Ricardo e o liberalismo clássico
Posteriormente ao seu companheiro Adam Smith, David Ricardo (1772-1823) visto também como um importante economista inglês e considerado a principal figura da escola liberal ou conhecida como clássica criada na Inglaterra também concebeu pensamentos importantes acerca de sua obra “Princípios de Economia Política e Tributação.”
Nessa obra tão significativa David trouxe a concepção da chamada “teoria do valor do trabalho”, nessa ideia o economista defendeu que a força de trabalho utilizada nos meios de produção deveria ser semelhante ao salário garantido ao trabalhador no final do mês e a sua subsistência.
O liberalismo clássico teve grande oposição ao mercantilismo e só apenas no século XIX foi vista como uma das principais ideologias predominante daquela época, devido isso, o capitalismo cresceu de forma rápida, fato esse que fez com que o liberalismo assumisse formas diferentes de atuação, vista de formas distintas dependendo de cada país.
No âmbito brasileiro o liberalismo foi principalmente defendido pela União Democrática Nacional concebida no ano de 1945.
Além de Adam Smith e Jonh Locke, Alexis de Tocqueville (1805-1859) e Benjamim Constant (1836-1891) foram grandes nomes importantes do liberalismo clássico.