O que é: Neoescolástica na Filosofia

O que é Neoescolástica na Filosofia

A neoescolástica é um movimento filosófico que surgiu no final do século XIX e início do século XX, como uma tentativa de revitalizar e reinterpretar os princípios da escolástica medieval. A escolástica medieval foi uma corrente filosófica e teológica que floresceu na Europa durante a Idade Média, especialmente nos séculos XI ao XIII. A neoescolástica buscou resgatar os métodos e conceitos da escolástica, adaptando-os às necessidades e desafios da época moderna.

Contexto histórico da Neoescolástica

A neoescolástica surgiu em um momento de grande transformação na sociedade e na filosofia. No final do século XIX, a Europa passava por mudanças políticas, sociais e científicas significativas. O positivismo e o cientificismo estavam em ascensão, questionando a validade da metafísica e da teologia. Além disso, a Igreja Católica enfrentava desafios internos e externos, como o avanço do secularismo e a perda de influência política.

Principais características da Neoescolástica

A neoescolástica buscou conciliar a filosofia escolástica com os avanços científicos e filosóficos da época. Ela manteve a ênfase na razão como meio de conhecimento, mas também reconheceu a importância da experiência e da observação empírica. Além disso, a neoescolástica buscou incorporar os princípios do tomismo, uma corrente filosófica baseada nos ensinamentos de Santo Tomás de Aquino.

Tomismo na Neoescolástica

O tomismo foi uma das principais influências na neoescolástica. Santo Tomás de Aquino foi um teólogo e filósofo medieval que desenvolveu uma abordagem filosófica conhecida como tomismo. O tomismo enfatizava a importância da razão e da fé, buscando conciliar a filosofia aristotélica com a teologia cristã. Na neoescolástica, o tomismo foi reinterpretado e adaptado para lidar com os desafios da época moderna.

Objetivos da Neoescolástica

A neoescolástica tinha como objetivo principal fornecer uma base filosófica sólida para a teologia católica. Ela buscava defender e explicar os dogmas e ensinamentos da Igreja Católica, utilizando os métodos e conceitos da filosofia escolástica. Além disso, a neoescolástica também buscou responder aos desafios filosóficos e científicos da época, oferecendo uma visão de mundo coerente e racional.

Críticas à Neoescolástica

A neoescolástica recebeu críticas tanto de dentro quanto de fora da Igreja Católica. Alguns filósofos e teólogos consideraram que ela era muito conservadora e dogmática, incapaz de lidar com os avanços científicos e filosóficos da época. Além disso, a neoescolástica também foi acusada de ser excessivamente abstrata e distante da realidade concreta.

Influência da Neoescolástica

A neoescolástica teve uma influência significativa na filosofia e teologia católica do século XX. Ela contribuiu para a formação de muitos teólogos e filósofos católicos, que buscaram conciliar a tradição escolástica com os desafios da época moderna. Além disso, a neoescolástica também influenciou outras correntes filosóficas, como o neotomismo e o existencialismo cristão.

Legado da Neoescolástica

O legado da neoescolástica é complexo e controverso. Por um lado, ela contribuiu para a preservação e revitalização da tradição escolástica, garantindo sua continuidade e relevância no mundo moderno. Por outro lado, a neoescolástica também foi criticada por sua rigidez e falta de abertura para novas ideias e perspectivas. Hoje em dia, a influência da neoescolástica é menos proeminente, mas ainda é possível encontrar vestígios de seu pensamento em certos círculos filosóficos e teológicos.

Conclusão

Em resumo, a neoescolástica foi um movimento filosófico que buscou revitalizar e reinterpretar os princípios da escolástica medieval. Ela surgiu em um momento de grandes transformações na sociedade e na filosofia, buscando conciliar a razão com a fé e os avanços científicos. Embora tenha recebido críticas, a neoescolástica teve uma influência significativa na filosofia e teologia católica do século XX, deixando um legado complexo e controverso.