Quem é: Austin, J.L. na Filosofia
Quem é Austin, J.L. na Filosofia
Austin, J.L., cujo nome completo é John Langshaw Austin, foi um filósofo britânico que nasceu em 1911 e faleceu em 1960. Ele é amplamente conhecido por suas contribuições para a filosofia da linguagem e a filosofia da ação. Austin foi um dos principais representantes do movimento filosófico conhecido como filosofia da linguagem ordinária, que buscava analisar a linguagem com base em seu uso cotidiano e prático.
Contribuições para a Filosofia da Linguagem
Austin é mais conhecido por sua teoria dos atos de fala, que revolucionou a forma como entendemos a linguagem e sua função na comunicação. Segundo Austin, quando falamos, não apenas descrevemos a realidade, mas também realizamos ações. Ele identificou três tipos principais de atos de fala: atos locucionários, atos ilocucionários e atos perlocucionários.
Os atos locucionários são as palavras proferidas e sua significação literal. Por exemplo, quando dizemos “Está chovendo”, estamos realizando um ato locucionário de descrever o estado do tempo. Já os atos ilocucionários são as intenções e efeitos que queremos alcançar ao falar. Por exemplo, quando dizemos “Pode fechar a janela?”, estamos realizando um ato ilocucionário de fazer um pedido. Por fim, os atos perlocucionários são os efeitos reais que nossas palavras têm sobre os outros. Por exemplo, se alguém fecha a janela após o nosso pedido, estamos realizando um ato perlocucionário de influenciar o comportamento do outro.
Contribuições para a Filosofia da Ação
Além de suas contribuições para a filosofia da linguagem, Austin também teve um papel importante na filosofia da ação. Ele questionou a visão tradicional de que as ações são movimentos físicos causados por uma intenção mental. Em vez disso, Austin argumentou que as ações são realizadas por meio de “falar e fazer”, ou seja, por meio de atos de fala que têm o poder de realizar ações no mundo.
Para Austin, a linguagem não é apenas um meio de descrever a realidade, mas também uma forma de agir sobre ela. Ele defendia que a compreensão da ação humana requer uma análise cuidadosa do uso da linguagem em contextos específicos. Por exemplo, quando alguém diz “Prometo fazer isso”, está realizando um ato de promessa, que tem o poder de criar obrigações e expectativas em relação ao futuro.
Influência e Legado
As contribuições de Austin para a filosofia da linguagem e da ação tiveram um impacto significativo no campo da filosofia e além. Sua abordagem pragmática e baseada no uso da linguagem influenciou não apenas outros filósofos, mas também áreas como a linguística, a sociologia e a psicologia.
Um dos conceitos mais conhecidos derivados do trabalho de Austin é o de “felicidade performativa”. Ele argumentou que certas expressões linguísticas têm o poder de realizar ações por si mesmas. Por exemplo, quando um juiz diz “Eu vos declaro marido e mulher”, está realizando um ato performativo de casamento. Essas expressões não apenas descrevem a realidade, mas também a transformam.
Austin também influenciou o desenvolvimento da teoria dos atos de fala, que se tornou uma área de estudo importante na filosofia da linguagem. Filósofos como John Searle e Judith Butler expandiram e desenvolveram as ideias de Austin, explorando diferentes tipos de atos de fala e suas implicações éticas e políticas.
Conclusão
Austin, J.L. foi um filósofo britânico cujas contribuições para a filosofia da linguagem e da ação tiveram um impacto duradouro no campo da filosofia e além. Sua teoria dos atos de fala revolucionou nossa compreensão da linguagem como uma forma de ação e influenciou áreas como a linguística, a sociologia e a psicologia. Seu trabalho continua a ser estudado e debatido até os dias de hoje, e seu legado perdura como uma das figuras mais importantes da filosofia do século XX.