Anhanguera
Biografia de Anhanguera
A Vida de Bartolomeu Bueno da Silva
Bartolomeu Bueno da Silva, mais conhecido como Anhanguera, nasceu em Parnaíba, situada às margens do rio Tietê, no ano de 1672. O apelido “Anhanguera” foi herdado de seu pai, que também se destacou como um pioneiro bandeirante paulista nas explorações do Brasil Central no século XVII, almejando encontrar valiosas minas de ouro.
A Jornada em Busca do Ouro no Sertão Goiano
Desde tenra idade, Bartolomeu Bueno da Silva acompanhou seu pai em uma grandiosa expedição em busca das cobiçadas minas de ouro no interior do Brasil, especificamente na região do sertão goiano. Durante essa aventura, lendas surgiram sobre as supostas minas escondidas nas serras dos Martírios.
Em um ponto crítico da expedição, Bartolomeu Bueno (o pai) deparou-se com os indígenas da tribo Guaianases, que impediram a entrada da bandeira em suas terras. Percebendo que as índias estavam adornadas com ouro, Bartolomeu usou astúcia ao inflamar um pouco de aguardente para amedrontar os indígenas e forçá-los a revelar a localização das jazidas.
Os indígenas, acreditando que a água estava em chamas, diante da ameaça do bandeirante de incendiar os rios, acabaram cedendo. Eles não apenas permitiram a entrada dos exploradores em suas terras como também revelaram o local exato das minas de ouro.
Bartolomeu Bueno da Silva, o pai, ganhou dos indígenas o apelido “Anhanguera,” que se traduz como “Diabo Velho” ou “Espírito Maligno.”
O Caminho Rumo ao Ouro em Minas Gerais
Atraído pelas descobertas de ouro em Minas Gerais, o jovem Anhanguera estabeleceu-se em locais como Sabará, São João do Pará e Pitangui, onde desempenhou funções como assistente do distrito. Com o aumento das atividades mineradoras em Sabará e o subsequente envio de ouro para a metrópole, a região viu um crescimento no número de exploradores.
Os repetidos conflitos entre os “emboabas” e os mineradores paulistas, somados ao levante liderado por seu genro Domingos Rodrigues de Prado, levaram Bartolomeu Bueno de volta a Parnaíba.
Em 1720, Bartolomeu Bueno da Silva dirigiu uma petição a D. João V, solicitando permissão para retornar a Goiás, onde seu pai havia descoberto ouro. Com a aprovação do rei de Portugal, uma expedição sob seu comando partiu de São Paulo em 1721 e, ao longo de quase três anos, explorou os vastos territórios da lendária serra dos Martírios.
A Descoberta das Riquezas no Rio Vermelho
Finalmente, Anhanguera encontrou as almejadas riquezas nas águas do rio Vermelho e retornou a São Paulo como um vencedor, trazendo novas conquistas. Além de receber um contrato, os bandeirantes foram concedidos com um regimento que serviria como a “lei” durante suas expedições pelo sertão. Esse regimento foi tão abrangente que mais tarde serviu como base para a organização da vila de Goiás.
Ao retornar a São Paulo após a conquista das minas de Goiás, D. João V concedeu a Anhanguera terras e o direito de cobrar uma taxa para a passagem nos rios que conduziam às minas de Goiás.
A Fundação de Goiás
Em 1726, Anhanguera, agora como capitão-mor das minas, fundou o arraial de Santana, que, em 1739, foi elevado à categoria de vila com o nome de Vila Boa de Goiás, a atual cidade de Goiás.
A formação da cidade de Goiás Velho começou após essas descobertas, quando Anhanguera foi nomeado capitão-mor por D. João V e fundou o arraial de Sant’ Ana.
Em 1733, o direito de cobrar pedágio para a passagem nos rios foi suspenso, sob o pretexto de que Anhanguera estava sonegando tributos devidos à coroa. À medida que a administração da cidade se desenvolvia, a autoridade do bandeirante foi gradualmente restringida pelos representantes do rei.
Anhanguera (o filho) veio a falecer em condições modestas em Vila Boa de Goiás em 19 de setembro de 1740.